Transparência e o Cadastro Pró-Ética
Transparência e o Cadastro Pró-Ética
Hoje vamos continuar nossos comentários sobre a transparência no poder público. Mas, desta vez, vamos falar da outra ponta da questão e que raramente é trazida à luz: a responsabilidade das empresas no combate à corrupção.
Em diversos países no mundo, como Estados Unidos, França e Chile, já existem legislações e instrumentos que reconhecem e penalizam empresas que praticam atos contra os interesses da sociedade e contra a administração pública em especial.
No Brasil, uma iniciativa exemplar procura trazer essa discussão para a sociedade. É o chamado “Cadastro Pró-Ética”, lançado em maio de 2010. O cadastro é um programa conjunto da Controladoria-Geral da União com o Instituto Ethos e o UNODC-Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, e a idéia é fornecer à sociedade uma lista de empresas que buscam ativamente a integridade de suas relações comerciais, em especial com o poder público.
Como o próprio site explica, “ao aderir ao Cadastro Empresa Pró-Ética, a organização assume o compromisso público e voluntário, perante o governo e a sociedade, de que adota medidas para prevenir e combater a corrupção dentro de sua instituição, em favor da ética nos negócios”.
A adesão das empresas é voluntária e elas precisam comprovar detalhadamente suas boas práticas comerciais. Mas infelizmente até agora apenas 8 empresas já tiveram seus cadastros aprovados e constam como empresas éticas. O que comprova o déficit de entendimento do setor sobre a transformação ética e de cidadania que a sociedade vem exigindo.
O Pró-Ética vai ter agora em abril uma nova rodada de avaliação de empresas. Para participar, as empresas devem submeter suas solicitações de adesão e preencher o questionário até 12 de março impreterivelmente.
Será uma boa chance de mostrar aos cidadãos consumidores, eleitores e pagadores de impostos que sua organização não está “ficando para trás na história”.