O movimento “Intolerância não se sustenta” na Rio +20
O movimento “Intolerância não se sustenta” na Rio +20
Domingo passado, em plena Rio +20, foi realizado o primeiro ato público de um movimento que tem tudo para dar bons frutos para o debate da cidadania.
Estamos falando da marcha “Intolerância não se sustenta” , organizada por Michel Gherman, historiador e professor da UFRJ. Realizada no orla de Ipanema, a marcha atraiu perto de 3 mil participantes e procurou chamar a atenção para as diversas facetas da intolerância moderna, principalmente a intolerância religiosa. Segundo os organizadores, mais de 20 entidades dedicadas aos direitos humanos participaram, como o grupo Arco-Íris, a comunidade Bahá´í, a juventude judaica Habonim Dror, o Afroreggae,
O evento deste domingo foi realizado para protestar contra a presença do presidente do Irã, que chega hoje, terça-feira, na Rio +20. Ou, como está no slogan da marcha, “Manifestação da sociedade contra o discurso de ódio de Mahmud Ahmadinejad”. O presidente, como todos sabem, é conhecido por suas declarações e posições polêmicas, como a negação da existência do holocausto ou mesmo da existência de gays em seu país. Além de chefiar um governo constantemente acusado de torturas, violência contra mulheres, assassinatos de presos políticos e dissidentes, eleições fraudulentas, terrorismo e perseguição religiosa em seu país.
No momento em que o mundo se dispõe a discutir a questão da sustentabilidade, é importante prestar atenção em movimentos como esse. O desenvolvimento sustentável somente será plenamente alcançado se as discussões envolverem os temas mais básicos da cidadania, como direitos humanos, as novas tecnologias das redes sociais, novo pacto social e mesmo reforma política e transparência pública, frequentemente relegados a um segundo plano. Tratar de bens renováveis é questão de política pública que não será alcançada através de políticas tradicionais. E, com certeza, a intolerância, qualquer que seja, não nos levará a lugar algum. Não vamos nos esquecer que sustentabilidade tem a ver com a ordem ambiental, a social e econômica. Mas quem integra, coordena e dá sentido a todas as três é a ordem política.
Vale aqui cumprimentar a vereadora carioca Tereza Bergher por sua iniciativa junto à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, em propor o título de persona non grata para o presidente Ahmadinejad.
Para quem quiser assistir ao belo filme de mobilização produzido pelo pessoal do “Intolerância não se sustenta”, aqui na Voz do Cidadão vocês tem um link direto.
Assista e divulgue um dos slogans do movimento: “O mundo sem direitos humanos é insustentável” .