Política – A Voz do Cidadão https://www.avozdocidadao.com.br Instituto de Cultura de Cidadania Tue, 07 Sep 2021 11:57:16 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2.6 163895923 Do DCSP: “Independência, intervenção e perplexidade”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-independencia-intervencao-e-perplexidade-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-independencia-intervencao-e-perplexidade-por-jorge-maranhao/#respond Tue, 07 Sep 2021 11:54:09 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39939

O que se cogita seria a intervenção pontual para a destituição de alguns membros do Supremo que flagrantemente afrontam a dignidade da cidadania brasileira


  Por Jorge Maranhão06 de Setembro de 2021 às 16:40

  | Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”. Email: jorge@avozdocidadao.com.br


As redes sociais têm clamado pela adoção do Artigo 142 da Constituição como se estivéssemos repetindo a intervenção militar de 64, quando a situação é totalmente diferente. Senão por inúmeras razões, pela essencial diferença entre o objeto da intervenção.

Em 64 tratou-se de uma intervenção no poder executivo visando a destituição do chefe de governo cuja vacância já havia sido declarada pelo próprio Congresso. Hoje, o que se cogita seria a intervenção pontual para a destituição de alguns membros do Supremo que flagrantemente afrontam a dignidade da cidadania brasileira e rasgam a Constituição que juraram defender. Destituição que caberia ao Senado, não fosse sua deliberada omissão por interesses os mais escusos.

Não reconhecer esta substancial diferença é erro de discernimento, discussão inútil, deblateração desrazoada, aspectos centrais de nossa cultura barroquista de enganação geral.

Como ocorre hoje em dia entre alguns juízes e eminentes cidadãos da área jurídica. Uma vez que não cabe a um verdadeiro juiz justificar seus juízos em face do debate político, mas simplesmente julgar. E nos autos! Não pode pretender julgar, por exemplo, entre o que considera forte e o fraco, seus credos ou posições políticas, mas apenas e exclusivamente julgar a conduta de um e de outro. E quando provocado, jamais de ofício.

Quando a maioria dos cidadãos se insurge contra sua Alta Corte, alguma coisa de muito errada deve estar ocorrendo com ela. Como por exemplo a sua intervenção descabida no processo político, exclusivo dos cidadãos eleitos e eleitores. É contra esta ilegítima intervenção da tirania judiciária que se justifica a intervenção soberana da cidadania.

Que tal pensar em sua atual composição, formada nas duas últimas décadas por governos esquerdistas que patrocinaram o maior escândalo de corrupção do planeta? Dos dez sinistros atuais do supremo, nove são da carreira da advocacia. O único juiz de carreira é oriundo da área do direito processual. Não penal ou constitucional que são a substância mesma do direito, pois os demais são direitos acessórios, não essenciais.

E aqui retorno à questão inicial de nossa dificuldade atávica com o discernimento entre essência e aparência, atributo inequívoco da prática política, jurídica e moral.

É indigno aceitar passivamente que um juiz possa fazer o que vier na sua cachola, mesmo que vivamos imersos na resiliente cultura barroquista onde prevalecem as falácias retóricas das hipérboles, paradoxos, ironias e metonímias! O que foi no passado um estilo de linguagem, o barroco das artes e das letras, hoje é pensamento e conduta! Não há como extirpar tamanho mal sem o direito à rebelião consagrado por John Locke desde o século XVII! Substância conceitual de que é feita a própria Constituição americana e a prática política, sobretudo do recall, não apenas de governantes e legisladores, mas também de juízes.

Recall como legítima intervenção da soberania dos cidadãos sobre tutela tirânica de governantes e juízes. Daí a urgência de destituir alguns membros do STF que estão aviltando o Artigo 5º da CF. Pois chegaram lá por vias políticas, sem o indispensável mérito, advogados públicos e privados, de instituições, corporações, partidos políticos, sindicatos e entidades de classe, como Gilmar, Toffoli, Fachin, Weber, Moraes, Lewandowski, Carmem Lúcia, Barroso, nenhum deles juízes de carreira. Senão, vejam-se os resultados de pesquisa recente sobre sua aprovação.

Pois vamos a cada qual e suas mais insensatas decisões:

  1. Toffoli: advogado privado e da carreira do magistério, soltou Zé Dirceu prestando serviço a quem o nomeou, quando deveria se abster;
  2. Gilmar: da carreira de advocacia pública, do magistério e empresário de educação privada, advoga o garantismo soltando bandidos e corruptos;
  3. Lewandowski: formação originária em ciência política, da carreira do magistério, manteve os direitos políticos de Dilma em teratológica decisão, também prestando serviço a quem o nomeou;
  4. Fachin: da carreira de advocacia privada, advogado de sindicatos e de Orcrim, soltou Lula, trocando a essência da justiça pelo ornamento do processo, prestando também serviço ao partido que o indicou;
  5. Barroso: da carreira de advocacia privada, notório militante das causas identitárias do esquerdismo, chega ao absurdo de despachar com partidos de oposição ao governo, prestando igualmente serviço ao partido que o indicou;
  6. Carmen Lúcia: da carreira do ministério público e do magistério, presta serviço a quem a indicou, votando pela prisão por crime de opinião, quando já declarou que “o cala a boca já morreu”;
  7. Weber: juíza de trabalho que não é magistratura essencial, advoga a causa trabalhista de partidos de esquerda;
  8. Fux: da carreira originária do ministério público, virou juiz de processo, trocando a causa essencial da justiça por expediente acessório do processo, sobretudo de censura à opinião pública;
  9. Morais: advogado de Orcrim, mero sheriff do “poder judiciário”, sem qualquer discernimento entre poder e abuso de poder;
  10. Nunes Marques: da carreira da advocacia privada, muito cedo para ser julgado, tem ainda o benefício da dúvida.

Daí, minha crescente perplexidade pela quase ausência de efetivos juízes de carreira na atual composição da Corte, além de que:

  1. Não há notícia na interpretação da história do Brasil do transbordamento barroquista em quase todos os campos da cultura brasileira. Só o inocente encantamento barroco das artes e das letras;
  2. Mas o silêncio dos maiores intérpretes do Brasil é significativo: Oliveira Viana, Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Joaquim Nabuco, J. O. de Meira Pena, Euclides da Cunha, Mario de Andrade, Viana Moog, Raimundo Faoro, Darcy Ribeiro etc não há quem tenha se dedicado a aprofundar o tema e considerar suas consequências na pobreza de nossa vida política, judicial, social e moral;
  3. E o que caracteriza o barroquismo se não a profusão das figuras retóricas, sobretudo hipérboles, paradoxos, ironias e metonímias, não apenas no ver torcido, mas no relatar retorcido, no sentir contorcido e no pensar distorcido?;
  4. O jogo de imagens da Renascença italiana (o símbolo da voluta) se desdobra em jogos de palavras (trocadilhos, jeux des mots), que se desdobram em mais jogos de imagens (rocailles, trompe l’oeil), que se desdobram, por fim, em jogos de ideias da farsa ibérica, no cultismo de Góngora e no conceptualismo de Quevedo e Gil Vicente, Pe. Antonio Vieira e Gregório de Matos, em Portugal e Brasil;
  5. O que é excelente nas artes e letras é um desastre/impasse civilizatório se levado à conduta moral (pelo jeitinho), à política (pelo conchavo) e à justiça (pelo garantismo, processualismo, quiproquó e chicana). Vide o desmonte da Lava-jato, da condenação em segunda instância, da redução do foro privilegiado e a desonestidade da confusão criada entre voto impresso e contagem pública de votos;
  6. Os países mais desenvolvidos são aqueles em que predominou o iluminismo/razoabilidade sobre o barroquismo/desrazão na gestão da coisa pública;
  7. A Inquisição ibérica da queima de livros e gentes, do disfarce dos mouriscos e cristãos novos, está presente na censura descarada e no terror imposto aos cidadãos pelos poderosos, e que se repete em essência no Brasil de hoje;
  8. Vide as torções, retorções, contorções e distorções do Supremo: solta bandidos e prende cidadãos, acaba com a Lava-Jato quando ela perigou se desdobrar em Lava-Toga, legisla ao invés de julgar, faz política quando aceita julgar recursos de partidos políticos de oposição, advoga quando deveria simplesmente julgar ou se abster.
  9. Só um poder hoje pode evitar este impasse: a soberania popular dos cidadãos, afirmada pela alta credibilidade das FFAA diante do desprezo e repulsa por alguns membros do Supremo e do Senado;
  10. A intervenção, porém, não será desta vez para governar ou exercer o poder. Mas para ser pontual como a cirurgia de um tumor. Este tumor que está localizado sobretudo na maioria dos sinistros nomeados para a Alta Corte para servir à esquerda!
  11. Não para servir e defender o Brasil ou sua Constituição como a maioria dos cidadãos reclamam, mas para traí-la, motivo mais do que suficiente para a intervenção no conluio espúrio da banda podre do Senado e do Supremo;
  12. É uma ilusão barroquista a hipótese da terceira via à polarização política do cenário brasileiro porque não pode aparecer o que não existe. Só no imaginário do jeitinho, onde se afirma o pardo ora como preto, ora como branco, dependendo do interesse de ocasião dos enganadores;
  13. O barroquismo está resiliente no esquerdismo contumaz do brasileiro, seja na versão carnívora ou na vegana. Parodiando Karl Marx que nunca provou a existência da luta de classes: pior do que o esquerdismo como doença infantil do comunismo é o barroquismo como doença senil do esquerdismo;
  14. A troca metonímica da luta de classe operária pela luta identitária de minorias de militância de gênero, abortistas e de pura bandidagem, da hipérbole globalista do ambientalismo contra o direito à vida dos povos indígenas; da destruição das identidades nacionais pelo metacapitalismo, da corrupção dos valores da tradição judaico-cristã do Ocidente: vida, liberdade, propriedade e justiça;
  15. Na mais diabólica figura da metonímia barroquista: trocar o todo pela parte e vice-versa, mas também o essencial pelo acessório, o mote pela glosa, o verso pelo anverso, a substantivo pelo adjetivo, o quadro pela moldura, a figura pelo ornamento, a causa pelo efeito, a justiça pelo processo, a política pelo poder, a lei pelo privilégio, a história pela farsa, o objeto pela função etc.

Em suma: insistir em comparar o tosco Bolsonaro, equívoco de forma e estilo, com o pérfido Luladrão, equívoco de conteúdo e de caráter!

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Do DCSP: “O país visto das redes”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-o-pais-visto-das-redes-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-o-pais-visto-das-redes-por-jorge-maranhao/#respond Sat, 24 Apr 2021 22:36:27 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39929 O país visto das redes

Aos amigos das redes sociais, que insistem na insana busca de uma terceira via, tento explicar no privado que, lamentavelmente, não existe esta opção 


  Por Jorge Maranhão23 de Abril de 2021 às 15:07

  | Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”. Email: jorge@avozdocidadao.com.br


A terceira via

Diante da crescente campanha de uma “terceira via”, depois que nossos supremos torceram e contorceram as leis para transformar um presidiário em presidenciável, se avizinha a maior farsa de nossa pestilenta política esquerdista: regressar à cultura barroquista de todo poder ao establishment das bancadas de corruptos políticos fisiológicos, aliados às privilegiaturas da alta burocracia e da burritziaesquerdopata de artistas, jornalistas e acadêmicos parasitas do Estado.

Será que acham que é mesmo viável tertius do naipe de humoristas, animadores de auditório, governadores investigados e operadores de retroescavadeiras? Acham mesmo que somos imbecis?

O pior é a enorme massa de manobra, que acredita piamente nos aparelhos ideológicos do barroquismo esquerdista nacional contra a chamada “extrema direita”. Pois simplesmente está equivocada quando acha que existe a tal da terceira via, que não existe só dois lados, mas algo além da verdade e da falsidade. Chama-se a isto “relativismo moral”, arma canalha do gramscismo torcendo e distorcendo a tradição barroca da farsa.

Aos amigos das redes sociais, que insistem na insana busca de uma terceira via, tento explicar no privado que lamentavelmente não existe esta opção na verdade, mas apenas na enganação da estratégia das tesouras da hegemonia de esquerdas, ditas carnívoras e veganas, se alternando no poder para tentar impedir a direita de chegar ao governo. E, se chegar, usar de todos os meios para impedi-la de governar.

Pois a cultura política dominante no país e a da obstrução de pauta!

Exatamente a intolerância das esquerdas em seus vários matizes tenta se passar por tolerante, ao falsear o debate dito democrático, desde que excluída a direita – a que chamam sempre de extrema e reacionária.

Toda a tradição dos valores morais judaico-cristãos, veio da crença, da fé, e não da razão cientificista. As fake news que tanto denunciam nada mais são do que uma retórica eufemística do velho boato, ou rumor da tradição política ocidental. Pois o problema não é o rumor, o boato ou a farsa, mas o uso político que se faz dos mesmos.

O problema é que a retórica barroquista, que pode ser de sentido extremamente moral no campo das letras (a moral da história das fábulas, contos de fadas, das farsas e burlas do teatro), não pode ser transposta para o campo da política e da justiça, sob pena de virar simplesmente engodo e trapaça.

A maior parte do que os profetas afirmaram desde o Velho Testamento jamais foi provada pelo cientificismo. No entanto, têm um sentido paradigmático para o legado moral do Ocidente. Se as esquerdas querem se travestir de modernas e progressistas e não reconhecem isto, é porque na verdade não têm consciência da maior virulência que se abateu na modernidade, que é legado barroco do esquerdismo.

A música barroca, por exemplo, não deixa de ser a catedral estética da beleza musical pelo fato de servir à reforma protestante. Pois pode servir também à contrarreforma católica! Se não tem este discernimento, é por que os ditos ponderados da esquerda light são na verdade os piores esquerdistas, que juram que não são, apenas porque não apresentam os sintomas explícitos.

Isentolândia

Nestes tempos de troca de generais isentões e de culhões, vale refrescar os que questionam o “golpe” de 64 que fez aniversário neste mês. Estão fartamente documentadas em fotos e filmes “as marchas da família por Deus e pela liberdade”. Negar isto ou questionar sobre percentuais de aprovação da população ao movimento militar não é absolutamente um debate honesto.

Por favor! Sobretudo aqueles que foram lobotomizados pela propaganda socialista da imprensa, universidades e artistas ativistas a partir da nefasta barganha da “lei da anistia” de 79, e a entrega do aparelho ideológico da sociedade à esquerda contra a desmobilização das guerrilhas revolucionárias. Vejam vídeo insuspeito da própria USP, que até hoje é um antro de esquerdistas.

Sobre o quadro do processo de subversão socialista: o que não avisaram aos russos foi a retorção barroquista da Justiça brasileira. O Brasil estava no auge da fase de implantação socialista do início da década de 2010, com a hegemonia petista aliada ao centrão, quando começaram as sucessivas megamanifestações contra o mensalão. O que resultou na operação Lava-Jato, e no desmonte da corrupção esquerdista com o petrolão.

O que falta neste quadro é exatamente o papel da justiça, de um novo judiciário, e a mudança de posição da quadrilha do Supremo diante da ameaça da Lava-toga. Este é o ponto de inflexão que acabou por extinguir a Lava-jato: a trincheira decisiva da quebra da hegemonia esquerdista e da consolidação, ou não, da união da centro-direita que ascendeu com Bolsonaro – o que eu chamo da retorção de nossa tradição cultural barroquista, de quatro séculos de corrupção dos valores morais.

Para os que insistem em chamar de golpe militar e ditadura o movimento de 64, fica a questão: ditadura como, se houve eleições indiretas e sucessivas para 5 presidentes militares? Ditadura teria havido se fosse apenas um ditador por período superior a um mandato presidencial, e sem congresso aberto que validasse – como no caso de Pinochet, Videla etc.

Democracia é um conceito discutidíssimo na história das ideias políticas desde Platão. Uma vez que, não raramente, descamba para demagogia e oclocracia. Liberdade dos grupos esquerdistas que tramavam revoluções, guerrilhas, atos e atentados terroristas realmente não houve, mas a repressão/distensão foi equivocadamente “negociada” em troca do aparelhamento esquerdista dos meios de reprodução ideológicos, como academia, imprensa e justiça.

Gerações inteiras a partir das décadas de 60 até 90 sofreram lavagem cerebral. Não reconhecer isto é falsear o debate desonestamente, e permanecer no obscuro e tortuoso túnel barroquista sem vislumbrar a razão iluminista que estávamos a perseguir desde o golpe da república.

República do blefe

Senadores blefam contra ministros do supremo de frango quanto à eventualidade de botar para tramitar os vários pedidos de impeachment protocolados na casa. Por sua vez, os sinistros do supremo tirano federal blefam contra suas excrescências quanto à pauta de julgamento de crimes senatoriais de corrupção e lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e outros mimosos tipos penais.

E se desenha o Oroboro barroquista da serpente abocanhando o próprio rabo, instituições que cuidam apenas de promover ações umas contra as outras e não cumprem mais sua missão constitucional em prol dos cidadãos que lhe pagam as mordomias. Como já se levantou e denunciou: mais de 2/3 da ação estatal cuida da própria ação estatal, e não dos interesses dos cidadãos. A república do blefe de se fazer passar exatamente pelo que se não é, ou do que se não é pelo que de fato é!

Jogos nas redes

Por que será que as pessoas postam tantas fotos de si nas redes sociais? Ou citações de outros, para disfarçar que não são de “auto-ajuda”? E continuam sozinhas na vã expectativa de um mísero like? Pois, nas redes, não se encontram amigos de fato. Apenas a farsa de amigos, a ironia, o paradoxo, os eufemismos e hipérboles: o barroquismo do jeu de mots, jeux d’images, jeux d’idées das artes e letras.

Das artimanhas da pobreza de espírito humana de transformar palavras em trocadilhos que, por sua vez, remetem à jogos de imagens ilusórias. Mas que, quando no campo do pensamento, se tornam ideias enganosas da realidade.

Como diria o grande T. S. Eliot, estamos diante de homens ocos, a enganarem-se uns aos outros nesta Terra desolada de ideias, valores e princípios. Uma modernidade que, na ânsia do novo pelo novo, inspira na verdade o Barroco que, em priscas eras, já foi rico quando se curvava ante divinas imagens. E hoje nada mais é do que o barroquismo da soberba esquerdista que quer que os homens se curvem diante de outros homens.

Educação da ‘psico-política’

A fábrica de antifas em massa da educação pública brasileira, depois de mais de 20 anos de governos esquerdistas, consiste na introdução na base curricular dos temas transversos da ideologia de gênero, do ambientalismo, do globalismo, do abortismo, do relativismo moral, do novo paganismo contra as religiões tradicionais, do imanentismo, da anti-arte, da transgressão da norma gramatical, do ativismo judicial, desarmamentismo, liberação das drogas etc. Em suma, pura militância cultural gramsciana!

Persisto na tese de que o esquerdismo é a última expressão da resiliência barroquista desde que Cervantes prenunciou Gramsci, quando denunciou a intoxicação de Don Quixote pelos romances de cavalaria – da mesma forma como fazem hoje nas escolas públicas os militantes esquerdistas, antifas travestidos de professores, com os temas transversos e tóxicos acima descritos.

Rock ’n’ roll

Um amigo me envia vídeos nostálgicos dos primórdios do rock’n’roll dos anos 50, antes da escalada das revoluções de costumes a partir dos anos 60, entre os quais o famoso “Rock around the world” com Elvis Presley, numa sugestiva coreografia de um bando de jovens revoltados numa prisão.

Lembro a ele que já nos anos 70/80, reagíamos contra os “anos rebeldes” com a onda de canções líricas de B. J. Thomas e até mesmo os maiores sucessos dos Beatles, como “Yesterday”, “Hey Jude”, “Imagine” e outros.

Participávamos da desconstrução dos valores da tradição ocidental judaico-cristã, sem nos darmos conta do tamanho do estrago da “contracultura”. Em “Rock’n’roll lullaby”, B.J. Thomas nos dá um comovente exemplo de como ainda “somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, no incondicionado amor de uma mãe pelo seu filho. Reveja o clipe na internet e me contem depois.

Culture de merde

A que nível chegou a torção barroquista de nossa baixa cultura com a decisão esdrúxula do militante Faquinha, acompanhada depois pelo pleno de equívocos… Que decepção esta Carmem Lúcifer, lamentam os incontáveis memes! Viva o resiliente barroquismo da cultura brasileira!

Trocar o mérito de uma sentença pelo detalhe do processo, e conspurcá-lo com falsas provas. Trocar a pintura pela moldura. Trocar a essência pelo efeito. A substância pelo adereço. O mote pela glosa. O efêmero pelo duradouro. O fato pela versão. Torção, retorção, contorção, distorção. Trocar a realidade pela ficção! Culture de merde, comme on diraient les français, resistente a qualquer tentativa de Iluminismo, e já se vão mais de dois séculos atrasados no Brasil!

A ironia

A ironia é um dos mais frequentes recursos para miríades de memes satíricas que viralizam nas redes sociais. No entanto, seus autores talvez desconheçam de que se trata de uma das mais antigas e perversas figuras retóricas barroquistas, pois tomam o que é pelo que não é, e vice-versa, abandonando a alma humana à sua total perdição!

Se nas fábulas e contos de fadas infantis, como bem observou o grande crítico inglês Chesterton, ensejam a educação moral dos jovens, no aprendizado do discernimento e do juízo, nas relações jurídico-políticas da sociedade, são a expressão da própria desordem moral.

Enquanto não entendermos isto, sobretudo os formadores de opinião como os produtores de conteúdo das redes sociais, estaremos retardando nossa entrada na cultura iluminista do bom senso e da plena razoabilidade. 

Basílica de Santa Maria della Salute

Nestes tempos de pandemônio, estamos todos saudosos de nossas viagens de férias. Angustiados mesmo se e quando poderemos retomá-las, sobretudo para os países do primeiro mundo e de alta cultura. E eis que alguém me envia fotos de suas férias passadas em Veneza.

Por trás da pose sorridente de turista feliz, está a Basilica de Santa Maria della Salute, que tem as maiores volutas barrocas entre todas as igrejas e catedrais da Renascença. Estas volutas, e não o alegado chiaroscuro, é que demonstram a maior característica do Barroco e marco da “grande confusão”, como diria Eric Voegelin, que se seguiu à modernidade.

Comecei a estudar este símbolo maior da retórica barroca e seu transbordamento por todas as áreas da expressão cultural ocidental no meu livro “Destorcer o Brasil”. Mas será que a face-amiga quer mesmo saber o que foi fazer em Veneza, para além de passear nas gôndolas?

Creia, amiga, que nunca achei nenhuma reflexão consistente, mesmo entre os conservadores da mais alta estirpe sobre a influência da cultura barroca no pensamento progressista. Por isso, escrevi este livro e estudo o fenômeno da resiliência barroquista em nosso imaginário ocidental. O que cheguei a pensar que se tratasse de fenômeno exclusivo da cultura latina, mas hoje vejo que penetrou também na modelar cultura da anglosfera.

CNM e o tratamento preventivo da covid

Diante da sensatez das declarações positivas do presidente do Conselho Federal de Medicina, temos de dar nomes aos bois e não generalizar a responsabilidade para toda a sociedade. Trata-se de típica artimanha retórica barroquista, herdada pelos esquerdopatas fratricidas da extrema imprensa que perderam gordas verbas de publicidade estatal, acadêmicos ociosos parasitas de universidades públicas, magistrados ativistas judiciais, alta burocracia da privilegiatura nacional, partidecos esquerdistas sem eleitores.

Buscam culpados no governo para se isentarem de qualquer responsabilidade cívica, culpam os outros antes de que possam vir a ser culpados. O fenômeno é antigo, vem da inquisição. Diante da inescapável condenação à fogueira, generalize a culpa, dilua a responsabilidade de suas escolhas para a comunidade, renegue valores da tradição, promova a farsa, finja arrependimento, mude de confissão. Resiliente barroquismo que nos retarda há dois séculos aceder ao Iluminismo!

Nelson Freitas

Respondendo ao vídeo viralizado nas redes do ator Nelson Freitas: – Nosso problema não é o povo nem as riquezas naturais que são abundantes! Mas, exatamente por este transbordamento natural, o desleixo para com os valores da tradição ocidental que nos legou uma orfandade cívica de verdadeiras elites.

Pois não existem elites desprovidas de alta cultura, sem ideal de nação, sequer de pátria; apenas saqueadoras de riquezas desde sempre. Incapazes de enxergar a luz do Iluminismo no fim do obscuro e retorcido túnel do barroquismo, onde empacamos desde o golpe da República.

Faz parte substancial e frequente da retórica barroquista a ironia que, se nas letras é notável, no debate público é imoral! O esquerdismo não tem apreço pelos valores morais da tradição, sobretudo pela vida. Basta ver o genocídio comunista russo, chinês e cubano.

E ainda têm a desfaçatez de chamar de genocida o atual presidente, numa descabida figura de hipérbole que só evidencia a falta de razoabilidade e honestidade argumentativa. Aliás, a hipérbole é outra arma retórica da farsa barroquista que, se nas letras é inigualável, transbordada para o debate público é simplesmente desprezível e estéril.

– O problema, Janaína, da Lava-jato sem a Lava-toga!

Todavia podemos acreditar que evoluímos muito desde 2013 para cá, com as grandes manifestações e a exposição da Lava-Jato. O que antes acontecia sem transparência, hoje é notório. O ponto de inflexão foi a ameaça que não se concretizou da Lava-Toga, onde reinou e reina a corrupção mais perversa.

Mas estamos caminhando. Precisamos de mais uma década da direita iluminista nos governos, e na chegada de uma maioria conservadora e liberal nos legislativos para tirar de nosso caminho a grande pedra que entrava o país, e para vislumbrarmos a luz da sensatez no final deste longo e tortuoso túnel barroquista de nossa história, Pois, como não avançamos na Lava-toga, eis que a Lava-toga avançou sobre a Lava-jato.

O comentarista Rodrigo Constantino reclama de falta de coragem moral, e pergunta até quando deixaremos o Supremo rasgar a Constituição.

Simples. Sabemos muito bem que, até quando não ocuparmos o Senado para exigir a tramitação dos pedidos de impeachment da quadrilha suprema, ao mesmo tempo em que devemos ocupar o Supremo para exigir a pauta de julgamento da quadrilha do senado. Com ou sem apoio das FFAA. Apenas com coragem moral, virtude iluminista.

Enquanto isto não ocorre, nosso SSTF, que não pode se meter em demanda política de hipótese alguma, sob pena de abuso de poder e desvio de função, infelicita toda uma nação. Quando deveria rejeitar tão simplesmente qualquer demanda de procedência e inspiração política para a real independência dos poderes e felicidade geral da nação.

Chega de barroquismos! Janaína Paschoal, que vive denunciando manobras processualísticas dos supremos desmandos, precisa ler minha tese e entender que o buraco é mais embaixo, a questão é cultural, da artimanha barroquista de trocar a pintura pela moldura, o mote pela glosa, a essência pelo acessório, o juízo, enfim, pelo processo.

E volta a circular o vídeo do general Mourão avisando que o exército não vai bater continência ao Lularápio. Foi dada a senha? Enquanto isso, nossos sinistros “executam” o plano de combate à covid. E o Brasil regride mais uma vez ao barroquismo anterior ao século 17, quando o estado tutelava a liberdade religiosa. Porque, de nada adianta as esquerdas serem minoritárias nos executivos e legislativos nacionais se, tendo aparelhado os judiciários, sobretudo as cortes superiores, acabam por impor sua vontade por sucessivos e indevidos recursos aos tribunais superiores. E este tem sido o nó que temos de desatar urgentemente, senão nada vai andar.

o nó do borogodó.

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Do DCSP: “Fachin, as ruas e a faxina do STF”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-fachin-as-ruas-e-a-faxina-do-stf-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-fachin-as-ruas-e-a-faxina-do-stf-por-jorge-maranhao/#respond Sat, 20 Mar 2021 11:15:48 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39925

O fato é que o Brasil já não aguenta este Supremo Tirano. Não a instituição, se preciso me explicar para não ser preso. Mas a sua composição atual


  Por Jorge Maranhão19 de Março de 2021


Como todo militante esquerdista, Fachin acabará por destruir por dentro a instituição do STF, assim como já forneceu a centelha para os cidadãos tocarem fogo em seus sinistros no ato mais simbólico das manifestações deste último domingo. Vejam aqui o vídeo que registrou o ato.  

Mas veja também dois outros vídeos importantíssimos para entender a urgência do impasse cultural em que o Brasil está metido: aqui a aula 432 do Curso Online de Filosofia do Olavo de Carvalho sobre a urgente intervenção nos desmandos de alguns ministros do STF e aqui a entrevista de Paulo Guedes dando um panorama completo sobre a verdadeira situação político-econômica nacional e seus prognósticos.

Se por conveniência ou interesses escusos de alguns de seus membros, o Senado ou MPF, que são as únicas instituições que podem enquadrar alguns tresloucados atos do Supremo Tirano Federal, não cumprem com seu dever, começa a ganhar força o alerta do General Mourão garantindo que as FFAA não voltarão a bater continência a Lula, por mais que se anulem suas condenações de corrupção e tentem viabilizá-lo como   candidato à presidência. Vejam aqui o tamanho do impasse.

Mas o poder moderador das FFAA hesita e, se demorar muito, acabará por esvaziar sua credibilidade tão duramente resgatada e, o que é pior, cair no perigo de prevaricar por descumprimento de sua missão constitucional. Tudo por que o país passou a crer na lenda que não pode haver mais nada acima da autoridade dos sinistros supremos dentro da ordem democrática.

Esquecem-se que o primeiro parágrafo introdutório da Constituição invoca exatamente a proteção de Deus, este que ainda há de ser a mais alta autoridade acima dos sinistros ativistas metidos a supremos.

E aí, nos vem a questão urgente: onde estão as mais altas autoridades eclesiásticas brasileiras, para quem a lei divina está acima das leis dos homens, para vir a público exigir que, em virtude da conduta demoníaca de alguns dos supremos sinistros, no mínimo se retire a Santa Imagem do Cristo crucificado do sacrílego recinto do Supremo Tirano Federal, por absoluta profanação e heresia?

Como já dizia Erasmo de Roterdã, no belo apólogo “A Educação do Príncipe Cristão“, quase ao mesmo tempo em que os portugueses chegavam às nossas costas, no início do século XVI, “impõem-se ao governante os mandamentos da conduta cristã de amar o povo, não agir com soberba, não mentir ou enganar o próximo, não usar de seu poder para humilhar, ameaçar e tampouco restringir a liberdade de seu semelhante!

Tenho certeza que para a grande maioria dos cidadãos brasileiros tais sinistros estão mais de parte com o demo do que com a democracia. Pois toda semana veem a público desafiar a paciência do nosso povo com uma gracinha nova. Soltam bandidos de organizações criminosas do tráfico e da política, mas prendem jornalistas e um deputado que não pode citar o AI-5 do regime militar, quando eles mesmos podem recorrer à lei de segurança nacional criada pelo mesmo regime.

Barroquistas insuperáveis com suas torções, retorções, contorções e distorções da realidade, chafurdando no lamaçal da retórica de transbordamento, ironias, paradoxos, contradições, hipérboles, eufemismos sem fim de sua linguagem canhestra e arrogante.  

O fato é que o Brasil já não aguenta este Supremo Tirano. Não a instituição, se preciso me explicar para não ser preso. Mas a sua composição atual, feita a base de politicagem e não de meritocracia, sobretudo alguns de seus supremos sinistros ativistas político-partidários sob a toga preta de ministros.

Uns quatro com pedidos de impeachment já arquivados por iniciativa do Batoré, como Toffoli, Gilmar Mendes, Lewandovski e o próprio Fachin, e outro mais recente protocolado ainda nesta primeira semana de marco, tendo o Seu Alexandre de Morais como alvo, por iniciativa de quatro senadores e da Coalizão Convergência, que congrega mais de sessenta entidades da sociedade civil. Com a palavra, o Sr Rodrigo Pacheco.

Até pelo medo da pandemia e do terror de tranca ruas que espalham no povo governadores e prefeitos respaldados pelo mesmo Supremo Tirano, evidente que as megamanifestações ocorridas desde 2013 não se repetirão com milhões de cidadãos indo às ruas. Mas milhares já deram sinal de que pretendem ocupar espaços mais efetivos como as portas dos quarteis, numa clara alusão à urgente participação das Forças Armadas.

E também já se conclama a ocupação mais efetiva dos salões do Senado até que suas excelências se dignem a desafiar a chantagem dos meritíssimos sinistros e botem seus pedidos de impeachment para tramitar.

Garanto que não teriam a desfaçatez de retaliar. Pois o povo ameaçaria mudar a ocupação para as calçadas do próprio Supremo, o que daria margem para as FFAA intervirem para botar ordem na casa. O Supremo perderia alguns de seus anéis para não perder os dedos. E os senhores senadores resgatariam a respeitabilidade da opinião pública neste ano pré-eleitoral. Pois quem não deve, não teme.

Com a garantia das FFAA, em missão constitucional, e a inevitável tomada do noticiário, pelo menos parte da bancada dos 365 deputados sem-culhões de enfrentar a arbitrariedade do mandado de prisão de um de seus pares pelo Seu Alexandre de Moraes,  ao arrepio da Constituição, acabaria se juntando aos bons para destravar as pautas mínimas de interesse da nação: reforma tributária, administrativa, eleitoral e federativa, prisão em segunda instância, voto impresso e auditável, fim de foro privilegiado e sobretudo uma nova lei para nomeação de supremos.

Bastariam estas para o país destravar a economia e restabelecer o fluxo de investimentos nacionais e internacionais, voltar a crescer, criar empregos e distribuir renda. E, evidentemente, como já fizemos no passado recente, quando cassamos de fato o mandato da Dilma, mesmo depois de mais um contorcionismo barroquista de exegese teratológica do Lewandovsky do artigo constitucional que manda cassar expressamente os direitos políticos de presidentes depostos.

O que evitaria a radicalização eleitoral, a divisão do país e a necessidade de termos de cassar nas ruas a elegibilidade do chefe da maior Orcrim da história pátria.

 * Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”. Email: jorge@avozdocidadao.com.br

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Artigo do DCSP: “Os votos de que o Brasil precisa para um próspero ano novo”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-os-votos-de-que-o-brasil-precisa-para-um-prospero-ano-novo-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-os-votos-de-que-o-brasil-precisa-para-um-prospero-ano-novo-por-jorge-maranhao/#respond Wed, 30 Dec 2020 07:48:42 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39909

                                                                                                       Passou “desapercebida” pela nossa facciosa mídia barroquista a nota de repúdio do Movimento Federalista contra a manutenção em cárcere do jornalista Osvaldo Eustáquio,

“Vítima de arbitrariedade da atual composição do Supremo Tribunal Federal, e da ilegalidade de sua prisão promovida por agentes do próprio Estado Brasileiro, notadamente o Poder Judiciário, pelas razões que seguem:

Inexiste no ordenamento jurídico brasileiro prisão de cunho político de cidadãos, bem como, prisão por opinião.

Inexiste no ordenamento jurídico brasileiro prisão de pessoas sem o devido processo legal e sem o direito ao contraditório, fatos que se verificam no caso do Jornalista Osvaldo Eustáquio;

A soma dos fatos dos itens anteriores caracteriza ato ditatorial incompatível com a República. No caso em tela, é claramente compreensível pelo mais simples dos cidadãos que o Supremo Tribunal Federal, bem como parcela expressiva do Poder Judiciário brasileiro, que deveriam ser a garantia dos preceitos constitucionais, tornaram-se insurgentes contra a Carta Magna do Povo Brasileiro, ao estabelecer um verdadeiro “Estado Nacional Paralelo”, uma espécie de “República Unitária do STF”, ao, gradativamente, escreverem uma nova e própria constituição, baseada no terror, na arbitrariedade, subvertendo as normas legais vigentes e destruindo o Estado de Direito.

A omissão continuada dos outros poderes da Nação em relação à essa escalada autoritária conduzirá o País à completa insegurança jurídica e institucional, que, em conjunto com as medidas restritivas decorrentes, uma pandemia, de todo suspeita, e a ameaça da obrigatoriedade de aplicação de vacinas com efeitos incertos, poderá resultar em graves conflitos civis internos, quiçá uma guerra civil de enormes proporções.

Por tais razões, exigimos:

Que o poder Executivo e o Legislativo Federal, intervenham imediatamente no STF, no sentido de sustar, enquanto ainda há tempo hábil, a deterioração da instituição judiciária.

Que o Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, lembre-se do seu juramento como militar e como Chefe da Nação, com a mão direita sobre a nossa Constituição, quando no momento de sua posse jurou defender o Povo Brasileiro e a Pátria, e para tanto, com vistas a restaurar a Ordem legal e institucional, o respeito ao ordenamento jurídico e à democracia, adote imediatamente as medidas constitucionais protetivas da Nação e da República acionando as Forças Armadas do Brasil, instituição fundamental da Nação e pertencente ao Povo Brasileiro, por meio do Artigo 142 da própria Constituição Federal.

Brasília, DF 22 de dezembro de 2020

(Ato praticado sob o Direito Constitucional de Livre Expressão – Art. 5º e incisos correspondentes).

Movimento Federalista.

Há dois anos que circula nas redes sociais uma preciosa análise de nossa miséria política feita por um de nossos maiores juristas, Dr. Ives Gandra Martins, sobre a usurpação de competências levada a cabo diuturnamente pelo nosso Supremo em desfavor dos demais poderes, notadamente o Poder Executivo, eleito majoritariamente pelos cidadãos brasileiros. O vídeo pode ser conferido aqui e o leitor pode tirar suas próprias conclusões com o bom senso que se exige. 

Bom senso e prudência de que carecem as torcionistas exegeses de nossa Lei Maior e resumem de maneira clara e objetiva o que o país precisa para superar, não apenas um ano de involuntárias dificuldades em escala mundial, mas décadas de más escolhas e consequências fatais geradas por certos ministros, com a cumplicidade do pleno de nossa Suprema Corte, e que tem condenado o país a um grande impasse civilizatório.  

Em breves palavras nosso grande jurista explana o verdadeiro sentido do Artigo 142 que titula as FFAA como o poder moderador no caso de desordem institucional, exatamente para restabelecer a ordem constitucional que versa sobre a harmonia e independência dos poderes. Pois são as FFAA que têm como comandante o chefe do Estado brasileiro, para além de sua função de chefe de governo.

Nunca é demais termos consciência de que elegemos duas funções na mesma pessoa do Presidente da República, como manda a Constituição. Tanto o chefe de governo quanto o chefe de Estado, mas parece que só o primeiro está cumprindo o mandato. 

Por conta disso, começo a me convencer de que trinta anos de hegemonia socialista e socialdemocrata no Brasil condicionaram turmas e turmas de militares de patente superior, não apenas a se omitir do dever de intervenção cívica na degradação de nossas instituições jurídicas e políticas, mas a serem cúmplices mesmo dos desmandos e abusos de seus malfadados representantes, de resto, os de nível mais baixo da história do país!

Pois foram trinta anos da mais sórdida campanha de demonização institucional levada a cabo pelas mesmas forças de esquerda que dominaram os aparelhos ideológicos do Estado, a imprensa falada e escrita e os estamentos burocráticos da academia e da justiça. Sim, pois quem tem realmente mandado no país tem sido a alta burocracia estatal esquerdista, civil e militar, exatamente para lhe eternizar a odiosa privilegiatura de um Estado cativo de seus interesses corporativos e não servidor do cidadão que lhe sustenta. 

No entanto chega a ser um prodígio hoje em dia as FFAA serem reconhecidas pela opinião pública como uma das instituições de maior credibilidade nacional. O que, aliás, nossos historiadores ainda nos devem esclarecer: que “entendimento” teria havido entre a inteligência esquerdista e militar de outrora no sentido de trocar o prosseguimento da guerrilha comunista pela sua ocupação “pacifica” dos aparelhos ideológicos do Estado? 

Na sua última entrevista nas redes sociais, a raposa felpuda de Bob Jefferson afirma que as FFAA não tomarão a iniciativa de intervenção no nosso degenerado Supremo. Mas, se insistirem em legislar como puxadinho de partidecos esquerdistas em minoria perdedora de votações nas casas legislativas, e o Senado de rabo preso não cumprir sua função de julgar os pedidos de impeachments de alguns de nossos sinistros, a iniciativa de enxotá-los de suas enlameadas togas terá de partir dos movimentos sociais, cabendo as FFAA apartar o impasse institucional e botar ordem na casa.

Pois o país não aguenta mais a sabotagem da autoridade do Poder Executivo pelo Judiciário, que custa a todos ficar à mercê de executivos mini ditadores municipais, promovendo a ruína da economia, a irresponsabilidade maníaca dos chefes de bancadas parlamentares que boicotam as reformas condenando a crescimento pífio toda uma nação.

Pois, os votos de prosperidade de um ano vindouro para toda a nação brasileira, passa necessariamente pelos votos de consciência cívica de cada uma das lideranças nacionais, sobretudo das FFAA, sobre o seu indelegável dever de agir contra a alta e sibilina delinquência e dos abusos de poderes do Legislativo e Judiciário nacionais. 

Jorge Maranhão, mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e é autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas“. Email: jorge@avozdocidadao.com.br

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Artigo – Do Estadão: “O naufrágio”, por J. R. Guzzo https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-estadao-o-naufragio-por-j-r-guzzo/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-estadao-o-naufragio-por-j-r-guzzo/#respond Sun, 06 Dec 2020 16:42:31 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39906
DECEMBER 06, 2020
Diante da comédia de circo montada em torno da “reeleição” do senador Davi Alcolumbre e do deputado Rodrigo Maia para os cargos que ocupam como presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, vale a pena sair um pouco da neura cultivada pelo noticiário político e pelas mesas-redondas na televisão e fazer algumas perguntas bem fáceis de responder. A primeira é: “Existe uma única pessoa, no Brasil e no mundo, que esteja pedindo a reeleição de qualquer dos dois – salvo eles próprios, suas famílias e seus amigos?” A resposta – não, não há ninguém pedindo nada – já resolve 90% da questão, não é mesmo? Se toda essa novela de terceira categoria se resume a atender aos interesses pessoais dos envolvidos, não faz o menor nexo violar abertamente a Constituição, em parceria com o STF, só para deixar contentes o senador e o deputado.

As outras perguntas possíveis são igualmente elementares. O que a população brasileira teria a ganhar na prática com a permanência, até o momento ilegal, de Alcolumbre e de Maia nos seus empregos atuais? Nada, outra vez. Qual a grande emergência nacional que poderia recomendar uma mudança na Constituição para legalizar os desejos desses dois cidadãos? Nenhuma. Enfim: qual seria o motivo de interesse público, mesmo teórico, para justificar essa “reeleição”? Nenhum. Conclusão: a história toda deveria ser encaminhada para o arquivo morto, e não sair mais de lá. Só que não: os presidentes atuais do Senado e Câmara continuam sendo tratados pela mídia, pelo mundo político e pelas elites como dois imensos estadistas empenhados no melhor desfecho de uma grave questão nacional. Não há questão nacional nenhuma. Há apenas uma tentativa de atender a interesses individuais.

Nenhum dos dois, pelo que está escrito na lei, tem o direito de continuar no cargo. Alcolumbre, pelo menos, teve a sinceridade de admitir que está interessado no que é melhor para ele. Maia tem feito de conta que é apenas um patriota à espera de decisões superiores; tudo o que deseja é “cumprir a lei”, na condição de defensor número um do “estado de direito” que atribui a si mesmo. Assim sendo, o presidente do Senado pediu que o STF tomasse essa extraordinária decisão que frequentou as manchetes nos últimos dias: declarar que um artigo da Constituição é inconstitucional. O artigo em causa proíbe a reeleição dos presidentes das duas Casas do Congresso, nas condições em que estão os mandatos de ambos.

Mesmo deixando de lado a questão central – a absoluta falta de sentido da reeleição –, deveria estar claro, de qualquer forma, que uma mudança na Constituição só poderia ser feita por emenda constitucional, e só os 513 deputados federais e 81 senadores têm o direito de aprovar emendas constitucionais. Mas não é desse jeito que as coisas funcionam no Brasil de hoje. O Poder Legislativo aceita, com perfeita passividade, a sua submissão ao Poder Judiciário; em consequência, faz o que o STF manda.

Os atuais presidentes do Senado e da Câmara, quando se esquece a conversa fiada, estão em busca de uma coisa só: a manutenção dos poderes, dos privilégios e da vida de sultão à custa de dinheiro público que a Constituição Cidadã lhes garante – vantagens turbinadas pelas constantes “releituras” da lei que os membros do Congresso vivem fazendo em seu próprio favor. O STF, naturalmente, não vai decretar a reeleição dos dois – ou pelo menos não se sugeriu essa saída até agora. Mas é um atestado do naufrágio do Congresso brasileiro que seus comandantes peçam que a lei seja violada – e entreguem o futuro do Poder Legislativo a onze cidadãos que nunca tiveram um voto na vida.

*JORNALISTA

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Artigo – da Gazeta do Povo: “Gigante é a sociedade!” por Thomas Korontai* https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-da-gazeta-do-povo-gigante-e-a-sociedade-por-thomas-korontai/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-da-gazeta-do-povo-gigante-e-a-sociedade-por-thomas-korontai/#respond Sat, 21 Nov 2020 11:34:19 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39899

Cada vez mais, estranhas situações vistas em nossa Sociedade, fazem-me lembrar daqueles filhos que criam problemas demais quando já adultos, ou ainda adultecentes, por falta de educação correta, demonstração dos limites necessários para a convivência social, excesso de mimos e falta de autoridade.

Nenhuma Sociedade vive sem uma ordem estabelecida pela própria Sociedade, por meio de uma Constituição e de leis que a regem. O surgimento do Estado tem exatamente essa gênese. Mas quando essa ordem social é rompida, seja por crimes não resolvidos, por desvios de interpretação de provas cabais, por deformação da lei e da própria ordem, sem que se faça o necessário para restabelecê-la, ainda que a própria Sociedade, assustada e escandalizada, assim o exija, vamos observando o avanço da desordem. O clima de “mais direitos” e nenhum dever, gerou, além da impunidade, comportamentos estranhos, birrentos, querendo impor no grito, uma espécie de nova sociedade mi-mi-mi, fraca, covarde e com cada vez mais sérios problemas de cognição, na qual, todos passam a se sentir ofendidos com tudo. Mal sabem que, ao invés de “conquistarem mais direitos” chegarão mesmo à anarquia, ante sala do totalitarismo, seja da cor ideológica que for.

Atacar a imprensa e seus anunciantes, como vem fazendo um movimento alienígena denominado Sleeping Giants, é parte desse nefasto processo. Cabe investigar se suas ações são espontâneas, quanto isso custa, quem está pagando, e por que. Rodrigo Constantino, colunista da Gazeta do Povo, foi o escolhido da vez por algo que tenha dito, com ou sem razão. Foi demitido de outros órgãos de imprensa. Impediu-se, pela pressão, o debate na busca da verdade sobre o ocorrido com a citada moça. Estão impondo um clima de “terrorismo politicamente correto” para que todos tenham receio de expor suas opiniões. Ou até mesmo buscar a verdade, se for o caso. Fizeram, não importa a denominação do grupo, o mesmo no caso George Floyd nos EUA, à custa da vida de dezenas de pessoas e muito em incontáveis prejuízos materiais, em estúpidas “manifestações”.

Fez muito bem a Gazeta do Povo em manter o colunista. Fazem muito bem as empresas que decidiram manterem-se como anunciantes. Não à intimidação! A liberdade exige mais do que eterna vigilância. Exige atitude objetiva de enfrentamento dos inimigos da Liberdade, em todos os sentidos indo, além das palavras, caso não cessem as agressões sofridas, à polícia, ao Ministério Público e à Justiça. Tudo que estão fazendo contra a liberdade de expressão, contra a livre iniciativa, contra a geração de empregos, contra a geração de riquezas, por meio de ataques às reputações, terrorismo psicológico, intimidação, é passível de enquadrado criminal.

Conclamo a Sociedade para enfrentar o avanço disso tudo! Temos de nos unir para defender o nosso modo de vida! Este é o nosso normal, não a anormalidade com a qual nos intimidam. Tais pessoas não tem nada de gigantes, têm de zumbis; praticam terrorismo, passaram de todos os limites, não sabem discutir ideias; são portadoras dos discursos de ódio, acusando a Sociedade exatamente do que fazem. A civilização que eles combatem, é a que tem instrumentos adequados para tratar até mesmo de ofensas morais, nunca com a barbárie.

Tal conclamação é, portanto, para o enfrentamento desta e de tantas outra situações semelhantes. Intimidação não é exercício da liberdade de expressão. Que a Gazeta do Povo, as empresas atingidas, a Associação Comercial do Paraná e todas as entidades classistas dos produtores, empresas e trabalhadores, se organizem, se unam, na defesa dos ideais civilizatórios que nos trouxeram até aqui e que constituíram um Estado de Direito. Denunciem esses agressores, para que se tomem todas as providências investigativas de maneira a identificar os responsáveis, incluindo os mandantes, e puni-los na forma da Lei.

É a Sociedade a gigante e, de fato, nós é que temos de acordar. Unam-se compatriotas, vamos pôr um fim a todas as ameaças contra as nossas liberdades! Chega de mi-mi-mi! Vamos agir!

Thomas Korontai é empresário, autor de livros, fundador e presidente do Movimento Federalista.

Publicado originalmente em:
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/gigante-e-a-sociedade/

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Artigo – Sobre o Populismo, por Mario Guerreiro https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-sobre-o-populismo-por-mario-guerreiro/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-sobre-o-populismo-por-mario-guerreiro/#respond Thu, 29 Oct 2020 22:52:50 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39891                     Que o populismo seja algo atribuído a líderes políticos, disto não há a menor dúvida. Mas como se caracteriza uma liderança populista? Líderes bastante diferentes já foram rotulados de “populistas”. Por exemplo: demagogos gregos, Hitler, Vargas, Perón, Mussolini, Stalin, Chávez, Lula.

Disto se conclui que (1) o termo tem sido usado abusivamente ou (2) trata-se de algo bastante elástico, que independe da ideologia professada pelo líder. Dizer que há um populismo de direita ou de esquerda, pode ser até razoável, mas não resolve nada, a menos que definamos o que devemos entender precisamente por “populismo”.

Antes de tentar equacionar essa questão, resta ainda outra: devemos entender que populista é o mesmo que demagogo? Caso seja, populismo seria o mesmo que demagogia.

Como ponto de partida, tomemos o que, em Filosofia, costumamos chamar de definições de dicionário. Segundo a Wikipedia, populismo= df.  práticas políticas que se justificam num apelo ao “povo”, geralmente contrapondo um conjunto este grupo a uma “elite”. Não existe uma única definição do termo, que surgiu no século XIX e tem obtido diferentes significados desde então. Poucos atores políticos descrevem a si mesmos como “populistas”, e no discurso político o termo geralmente é aplicado a outros pejorativamente.

Em primeiro lugar, a Wikipedia assinala um traço já assinalado por nós: “Não existe uma única definição do termo, que surgiu no século XIX e tem obtido diferentes significados desde então. Em segundo, a Wikipedia fornece uma noção vaga, ainda que não inadequada e/ou errônea: práticas políticas que se justificam num apelo ao “povo”, geralmente contrapondo um conjunto este grupo a uma “elite”.

É bastante comum, em uma liderança populista, a contraposição de “populismo” e “elitismo”, considerando este último termo algo ruim devendo ser combatido, embora nem sempre o populismo seja explicitamente considerado bom. Creio que a maioria dos líderes populistas não gostem de ser assim chamados, mas outros há que não se importam, desde que seja aceita a definição positiva dada por eles ao termo como “populista”= df. “aquele que ama o povo e tem horror das elites inimigas do povo”

Leonel Brizola, lembro-me bem, disse algo mais ou menos assim: “Algumas pessoas acham que populismo é uma coisa ruim, mas eu não penso assim. Populista é  aquele que está preocupado com o povo, que se importa com o povo”. Cito de memória e não posso garantir que o ex-Governador do Rio Grande do Sul e, posteriormente, do Rio de Janeiro tenha proferido exatamente essas palavras, mas estou certo de que são a expressão correta de seu pensamento.

Apenas uma advertência: no jargão brizolista, assim como no jargão esquerdista, a palavra “povo” não quer dizer “todos os indivíduos de todas as classes sociais de uma nação”, mas sim a classe pobre, popularmente: “o povão”.

Um exemplo de uso semelhante pode ser encontrado no filme o Dr. Jhivago, baseado no romance do mesmo nome, de Bóris Pasternak (Prêmio Nobel). O Dr. Jhivago é um médico de alta classe média russa quando ocorre a Revolução de 1917. Ele é imediatamente recrutado pelo Exército Vermelho do general Trotsky. Ele passa meses cuidando dos feridos em batalhas, mas quando tem uma folga, ele volta para sua casa em Moscou.

Percebe que sua casa foi requisitada pela Revolução Comunista e tem várias famílias morando nela. Embora não possa estar satisfeito, porque não era comunista, não emite uma só palavra de insatisfação ou crítica à Revolução, mas uma sargentona do Partido vai logo lhe dizendo: “Agora tudo mudou. A Rússia agora é o país dos trabalhadores !”

Ao que Jhivago observa: “Mas eu também sou um trabalhador, sempre trabalhei como médico” (só não disse que tinha trabalhado de graça para a Revolução). No contexto acima, “os trabalhadores” são apenas a classe proletária, da qual acham-se excluídos profissionais de classe média como médicos, advogados, engenheiros, etc. Pra todos os efeitos, “os trabalhadores”  são “o povo”.

Vejamos agora a definição de dicionário de “demagogo” da Wikipedia. Demagogo=df.”é um termo de origem grega que significa “arte ou poder de conduzir o povo”. É uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas.

Considero esta definição de dicionário bastante fiel ao uso da palavra e de acordo com um conceito da Ciência Política. Só devemos entender que o verbo grego agogein, relacionado com “gogo” tem, neste contexto, uma conotação pejorativa, que é bem expressa por “manipular”.

Isto se torna bastante claro na sequência da definição: É uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas.

Desse modo, o demagogo é um falso moedeiro, alguém que faz promessas que não pode cumprir e/ou pode mas não tem a mínima intenção de cumprir. E suas promessas visam a uma finalidade única: apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas.

Parece que chegamos a uma compreensão razoável dos termos “populista” e/ou “demagogo”, mas resta ainda examinar duas expressões com as quais esses termos estão intimamente relacionados: “culto da personalidade” e “carisma”.

Pela primeira expressão, entendemos o endeusamento da figura do líder, em parte promovido pela propaganda e em parte promovido pelos seus liderados. Uma raposa política das mais felpudas certa vez disse – cito de memória e não poso garantir que tenham sido estas suas próprias palavras, mas garanto que é a expressão correta de seu pensamento – “Ninguém pode se dizer líder, líder é quem os outros dizem que é”. Correto! De que adiantaria alguém autoproclamar-se líder, mas os outros não reconhecerem?!

Do mesmo modo, que seria de um profeta se ele fizesse profecias, estas sempre se realizassem, mas ninguém lhe desse crédito? Seria como Cassandra, que recebeu uma terrível maldição do deus dos oráculos, Apolo. Cassandra ergueu sua voz e vaticinou: “Se vocês, troianos, abrirem as portas de Tróia e acolherem este grande cavalo de madeira, será o fim de Tróia!” E ninguém acreditou nela!

Decorre daí que a liderança é um fenômeno somente compreensível dentro da interação de líder e liderados. Assim como o fenômeno da representação política decorre da relação entre representantes e representados.

Ora, sendo o populismo/demagogia uma forma espúria de liderança, ele também é um caso de interação, de interação entre quem está enganando seus liderados e seus liderados que se deixam enganar. Caindo na popular: que seria do malandro, se não existisse o otário? Ou do masoquista, se não existisse o sádico?

Carisma era um termo da linguagem religiosa transformado num termo da linguagem da ciência política por Max Weber, para caracterizar um tipo de liderança autêntica ou demagógica, veiculadora desta ou daquele ideologia, possuidora do inexplicável poder de gerar forte influência sobre os outros, que são tomados por uma espécie de fascínio, tornando-se capazes de fazer “tudo aquilo que seu mestre mandar”.

Se o leitor pensou em Adolf Hitler, acertou na mosca, mas se o leitor pensou em Mahatma Gandhi, acertou também.  Mas como pode o carisma ser atribuído tanto a um tirano sanguinário como a um grande líder pacifista?

Só seremos capazes de desfazer essa incongruência, se considerarmos que “carisma” é uma expressão axiologicamente neutra, como queria Weber, ou seja: é em si mesma desprovida de valor e só adquirirá valor dependendo dos fins atrelados a ela. Simplificando: assim como a astúcia e o conhecimento, o carisma não é bom nem mau, tudo dependendo do fim para o qual está voltada a ação de um líder carismático.

Se Gandhi empregou seu carisma para uma finalidade pacífica e libertadora, Hitler empregou o seu para uma atividade belicosa e escravizante.

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Artigo – do DCSP: “Babau! Na terra das fake news ninguém investe!”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-babau-na-terra-das-fake-news-ninguem-investe-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-babau-na-terra-das-fake-news-ninguem-investe-por-jorge-maranhao/#respond Thu, 17 Sep 2020 13:52:17 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39880 Como um empreendedor pode tomar alguma decisão sobre investimento, ou mera alocação de recursos, em meio à guerra de narrativas das mídias de massa, do judiciário cativo de ativismo e de uma academia de intelectuais militantes? 



Diante do brain drain nacional, pensei em criar Associação Internacional dos Brasileiros Autoexpatriados, cuja sugestiva sigla poderia ser Babau Brasil. Estando longe, e talvez por isso mesmo, ela possa fazer mais pelo país, antes que os esquerdistas e seus inocentes úteis acabem de vez com nossas parcas esperanças.

Pois a visão de fora deve ser mais fidedigna do que a visão de dentro, dos que permanecem cativos das grandes redes de desinformação da extrema imprensa.

Mesmo os autoexilados do Brasil profundo, o rico agrobusiness que do interior sustenta a vagabundagem urbana, alheios à bolha progressista dos grandes centros urbanos, se informam pela mídia internacional setorizada e na realidade concreta dos maiores importadores de alimentos do mundo!

E não caem na bavardage estéril dos comentaristas de bastidores dos podres poderes de Brasília.

Apesar da vergonha internacional de nosso Supremo Jeitinho, que persegue com censura, mandados de busca e apreensão e até mesmo de prisão inúmeros cidadãos comentaristas de nossa miséria política e cultural, ainda não conseguiu calar a boca de nossos comentaristas que falam do exterior.

Acompanho algumas dezenas deles e é impressionante a diferença do Brasil que narram, do Brasil que nos apresentam os jornalistas “profissionais” da grande imprensa extrema, corporativista e esquerdalhada. E a cada dia que passa, mais e mais cidadãos cancelam suas assinaturas da grande mídia e passam a seguir e assinar nossos comentaristas espontâneos de centenas de blogs e canais que já não tenho tempo de acompanhar tantos.

Todavia, há exceções numa pequena trincheira de grandes nomes do jornalismo profissional independente com colunas em alguns veículos de porte médio como Alexandre Garcia, Augusto Nunes, Guilherme Fiúza, J. R. Guzzo, Caio Coppolla, Diogo Mainardi, Felipe Moura Brasil, José Nêumane Pinto, Luiz Ernesto Lacombe e alguns outros.

Mas o fenômeno impressionante mesmo é dos próprios cidadãos dos mais variados setores profissionais botando a cara nas redes sociais para opinar sobre a cena política: além de jornalistas independentes, advogados, promotores, juristas de renome, economistas, historiadores, filósofos, cientistas sociais, pesquisadores, cientistas, médicos e até mesmo alguns empresários comprometidos em monitorar e vigiar os desmandos e desvarios de Brasília.

Proponho apenas que nos reunamos todos na Babau Brasil para nos manifestar em coro e em torno de uma pauta estratégica de consolidação das conquistas da aliança entre conservadores e liberais, desde 2013 a 2018, sobretudo para impedir que a esquerdalha retorne em 2022 com seu populismo e enganação geral. E o país, que já foi de cem milhões de técnicos de futebol, passe a ser agora uma barreira de cem milhões de cidadãos políticos.

Evidentemente que uma pauta estratégica deve priorizar não apenas uma desratização das instituições de estado, do executivo, legislativo e judiciário, tomadas por mistificadores e contorcionistas nos últimos 30 anos de governos esquerdistas, como também as instituições da sociedade civil de educação, representação empresarial, imprensa, entretenimento, sindicatos e igrejas. 

Sobretudo na imprensa que reverbera, não apenas a “barulhenta e vibrante democracia brasileira”, no dizer de Paulo Guedes, como a guerra maior da desinformação maliciosa de jornalistas que permanecem nos bunkers da grande mídia para solapar o governo com a maior torção que já tivemos notícia em nossa história: o sentido mesmo das alegadas fake news.

Pois é bom lembrar que não se trata de um fenômeno novo nem sequer brasileiro, pois boatos sempre existiram desde que se disputa poder político na história da humanidade. Na sua versão contemporânea, todavia, o uso do termo foi um alerta da campanha de Donald Trump contra a mídia convencional que sustentou até o último minuto que ele não ganharia as eleições americanas.

Caso semelhante ocorreu no Brasil no embate de Bolsonaro contra poderosas organizações de mídia como Rede Globo e Folha de São Paulo. E nem por isso, seus jornaleiros botam a mão na consciência, como a petralhada bandida, para se retratar com a opinião pública.

Ao contrário, com a campanha do “Fato ou fake”, a Rede Globo sequestrou o sentido e inverteu a acusação que, se
originalmente era de políticos conservadores contra a infiltração esquerdista da grande mídia, passou a ser o combate contra os cidadãos conservadores e liberais que dão sustentação ao presidente eleito – o que acabou arrastando membros do legislativo e do Pretório Excelso do Supremo Corte para a aventura desmoralizante do “Inquérito do fim do mundo”.

E esse é o ponto que temos todos de entrar em consenso. Pois a fake news surgiu exatamente como uma denúncia de uma voz vitoriosa conservadora do mundo contra uma hegemonia progressista da imprensa que fica distorcendo a realidade.

Quando a própria tentativa de progressistas em eliminar os conservadores se torna uma contradição em termos, uma vez que não se pode verificar progresso sem o ponto de partida conservador. Quando, hoje se sabe, conservadores não são contra o progresso, se não quando às custas de valores da tradição humanista, o que na verdade é regresso.

Sobretudo para nós, desprovidos de alta cultura e senso de discernimento, imersos em nossa mentalidade barroquista miserável: o que era uma denúncia de um conservador contra os progressistas, que sempre colocaram a farsa acima do fato, se contorciona numa arma dos progressistas contra os conservadores com o novo rótulo de fake news. O máximo da torção que pode existir e que é típica da cultura barroquista brasileira.

A partir de agora, se trata de consolidar o que promete ser o início de uma era iluminista, enfim, cuja oportunidade e responsabilidade só cabe a nós. Pois o iluminismo, desde a Renascença europeia, que não nos alcançou devido o assalto barroquista, não se iludam, não foi feito apenas de grandes ideias de grandes artistas, filósofos e cientistas. Mas sobretudo de empresários que as financiaram na prática.

Por isso proponho que tenhamos uma pauta mínima comum de pensamento e ação diante desta guerra de narrativas por que passa a cultura política, jurídica e social brasileira, iniciada a partir das megamanifestações de 2013, com vistas a se consolidar ou dispersar em 2022.

Quando da passagem de dois séculos de barroquismo mental brasileiro teremos a oportunidade histórica de completar a primeira década de relativo e impúbere iluminismo, com a resistência do mestre de todos nós, o filósofo Olavo de Carvalho, ele próprio um autoexilado e sem nenhuma dúvida nosso maior exemplo de brain drain.

Como lema da associação, lanço a sugestão: “antes de cuspir na terra que te pariu, pergunte o que ganhas com isto e o que tens feito para ajudar o Brasil a superar seu impasse civilizatório”?

Por que está cada dia mais claro que, ou saímos desta, juntos, ou estaremos todos condenados a mais algumas décadas de crescimento do tipo marcha-soldado e, pior, com as esquerdas tendo “tomado o poder”, no dizer de seu guru ideológico, para perpetuar a cultura da barbárie do “quanto pior, melhor”, típica retórica do paradoxo barroco-esquerdista.

E conclamo sobretudo nossos empreendedores para o enfrentamento dos dez segmentos boicotadores do crescimento nacional como já me referi aqui em artigo anterior. Através de grupos de discussão mais aprofundada das causas do impasse brasileiro e suas possíveis saídas.

Pois, como um empreendedor ou investidor pode tomar alguma decisão sobre investimento, ou mera alocação de recursos, meio à guerra de narrativas das mídias de massa, o dito jornalismo profissional progressista, um judiciário também cativo de ativismo judicial, uma academia de intelectuais militantes de ideologias esquerdistas hegemônica?

Este é o impasse brasileiro, em conluio com a privilegiatura da alta burocracia, dos políticos fisiológicos, artistas e onguistas mamadores das tetas do Tesouro: impasse cultural, de uma resiliente cultura barroquista que habita nosso imaginário! Que tudo falseia, escamoteia, torce e distorce, retorce e contorce, como na tese de meu livro que você pode conhecer aqui. E que servirá de roteiro para nossos grupos de cidadania corporativa. 

Exemplo? Quando o presidente nos questiona e diz para nos compararmos a Israel, tudo que eles não têm e o que tanto fazem de tão pouco, e tudo o que nós temos de riqueza natural e o tão pouco que somos, e não dá a resposta, eu ouso dá-la: somos cativos de uma narrativa hegemônica de três séculos quando achamos “que Deus provê”, “em se plantando tudo dá” (nosso sucesso real, por sinal), não desfazemos as narrativas imaginárias, fantasiosas, da “segunda realidade quixotesca”, da mentalidade revolucionária denunciada por Olavo de Carvalho, da paralaxe cognitiva, quando queremos crer que a realidade se constitui de nossas crenças.

A ideologia esquerdista materialista é a nossa maior desgraça cultural pois filha dileta e expressão da resiliência secular de nosso barroquismo mental. E para superar este impasse temos de nos conscientizar minimamente da guerra de narrativas e estabelecer o consenso sobre algumas poucas prioridades estratégicas, uma única pauta viável para o país superar a armadilha do baixo desenvolvimento. Como tenho dito:

1. Influenciando de todos os meios possíveis para que os dirigentes e editores das grandes redes de mídia passem a contratar jornalistas e produtores de conteúdo liberais e conservadores para compensar a hegemonia esquerdista das últimas décadas e restabelecer a qualidade do debate público, consolidando a virada iluminista iniciada em 2013, o que já tem ocorrido em algumas poucas redes, como Jovem Pan, Gazeta do Povo, O Antagonista e centenas de canais das redes sociais;

2. Exigindo dos parlamentares o compromisso de mudança do atual sistema de indicação política de ministros das cortes superiores, com o fim de despolitizar a justiça – pois o Supremo Jeitinho hoje nada mais é do que o puxadinho de nanicos partidos de oposição esquerdistas incompetentes eleitorais e legislativos. Além de pressionar pela retomada da tramitação dos processos de impeachment de alguns sinistros do atual Supremo;

3. Exigindo dos políticos a retomada da reforma política com voto distrital puro, voto facultativo, impresso e cláusula de barreira e de desempenho (recall);

4. Exigindo a mudança do sistema de indicação de reitores para as universidades públicas, restabelecendo gestão por desempenho, o critério de mérito e garantindo a pluralidade de ideias;

5. Exigindo a abertura do sistema de produção, gestão e de incentivo cultural para a participação equânime de agentes produtores de conteúdo conservadores e liberais ao lado de progressistas, e só eleger congressistas com compromisso firmado com essa e as quatro medidas anteriores.

Não há nada mais estratégico. Mas se você discorda, nos escreva para o nosso e-mail: jorge@avozdocidadao.com.br. E participe de nossos grupos de agentes de cidadania, do curso de cidadania corporativa cujo programa você pode acessar aqui, e nos convença de uma outra agenda mais estratégica. O tempo urge e o que está em jogo é você poder legar no Brasil o patrimônio que construiu aqui para seus filhos e netos, sem ter de engrossar o quadro da Babau Brasil.  


Jorge Maranhão  | Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”.
Email: jorge@avozdocidadao.com.br

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Artigo – Do DCSP: “A imprensa que embrulha. Ou a pobreza de nosso jornalismo “progressista”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-a-imprensa-que-embrulha-ou-a-pobreza-de-nosso-jornalismo-progressista-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-a-imprensa-que-embrulha-ou-a-pobreza-de-nosso-jornalismo-progressista-por-jorge-maranhao/#respond Tue, 14 Jul 2020 14:23:30 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39860 A imprensa que embrulha. Ou a pobreza de nosso jornalismo “progressista”

                                                                                         Jorge Maranhão

Antigamente os jornais eram de papel. Tinham ao menos uma serventia secundária, ou até mesma prioritária para os cadernos que não nos interessavam, de se usar para embrulho de compras e para a exímia arte de empacotar ou forrar as caixas de objetos frágeis. Serviam também para limpar as sujeiras da vida, forrar o piso para os respingos das pinturas, aquecer o interior dos sapatos, como mochas de acender lareiras, ou para isolar frestas de janelas, calçar mesas ou revestir gavetas.

Hoje, nem para isso servem pois são apenas flatos do mundo digital. Malcheirosos leros-leros ou blá-blá-blá! Lixo discurseiro de ativistas disfarçados de jornalistas contorcionistas da realidade. Deixam apenas o mal cheiro da mentira na tentativa malograda de enganar as mentes dos leitores. O que, afinal de contas não deixa de ser embrulhar! Não como empacotar que para algo sempre servia, mas como ludibriar que apenas retarda a hora da verdade!

Neste mês dois amigos socialdemocratas, daqueles que se acham centrados entre as extremas esquerda e direita, me enviaram dois editoriais de dois jornalistas baixando a lenha no presidente da república. Um deles, Pedro Dória, que também ocupa cargos nos maiores jornais do país, com mais veemência, grava comentários diários para seu canal nas redes sociais pregando o impeachment do presidente. Veja aqui. E outro, João Moreira Salles, mais suave, através de editoriais de sua revista mensal Piauí, também fazendo a sua parte para desconstruir a imagem pública do presidente. Veja aqui.

No entanto, o Instituto Paraná Pesquisas ouviu 2.390 pessoas na semana passada para definir quem tem mais credibilidade entre Bolsonaro e o mais influente jornalista brasileiro, William Bonner, o principal âncora da poderosa Rede Globo, que comanda os ataques diários ao presidente, e… deu Bolsonaro. O chefe do Executivo tem a confiança de 37,9% contra 32,6% do editor-chefe do Jornal Nacional. Esta é a esquizofrenia que vivemos no fantástico mundo novo das fake news.

O que não dá para entender é como os herdeiros de Dr. Roberto, deixam seus jornalistas destruírem a credibilidade do maior grupo de comunicação do país que seu pai levou a vida inteira para construir.

Nas redes sociais é exatamente o contrário do que pensa o nosso Supremo Jeitinho aparelhado pelo esquerdismo. A credibilidade é instantânea pois vem da total diversidade de visões e o checking é imediato, pelo menos em mais de cem canais que acompanho – por que mais não dou conta – muitos dos quais com seguidores na casa dos milhões.

Não se vê a arrogante tentativa de doutrinação das estrelas do jornalismo profissional, mas a crua expressão de opiniões antagônicas dos cidadãos, sem aquele ar enganador e arrogante de doutrinadores dos ideais humanistas, os donos da virtude moral e dos bons costumes.

Pois bem: nossos jornalistas têm muito a perder em credibilidade diante da maioria dos cidadãos que elegeram o presidente quando este tem sido apenas fiel a seus eleitores. E não apenas jornalistas, mas todos os segmentos sociais que, organizados em corporações sindicais e guildas, compõem o establishment que parasita e mama nas tetas do estado tomado pelos esquerdistas nas últimas décadas.

Dando os nomes aos bois: empresários corruptos, bancadas parlamentares assaltantes do tesouro aliadas aos partidos esquerdistas minoritários, membros das altas cortes de justiça indicados por políticos corruptos, alta burocracia estatal com suas acintosas privilegiaturas, ongueiros globalistas, ambientalistas e ativistas de direitos “dos manos”, intelectuais esquerdistas aboletados em cátedras universitárias, banqueiros oligopolistas rentistas parasitas da dívida pública, ativistas do abortismo, da destruição da família e das minorias de gênero, artistas do showbis viciados em incentivos fiscais, todos ecoados pelos jornalistas militantes do esquerdismo, todos unidos para achincalhar diuturnamente o presidente eleito.

Mas nenhum desses grupos sequer reconhece os dois compromissos fundamentais da política do presidente, enaltecidos pelos segmentos de seus apoiadores, a maioria conservadora da população brasileira, religiosa e trabalhadora, de ruralistas a pequenos agricultores, corporações militares e de segurança pública, ativistas anti-corrupção, além do que chamam com menosprezo de “a ala ideológica” que são na verdade milhões de jovens seguidores do pensador Olavo de Carvalho.

Ninguém mais rouba há quase dois anos no plano da administração federal e, apesar dos choques da pandemia e da retração econômica, os escassos recursos públicos são direcionados prioritariamente para os mais vulneráveis.

Mas para estes jornalistas enviesados, o que é essencial é encoberto pelo que é acessório: o presidente é grosso, pavio-curto, insensível, simpático às milícias e até mesmo genocida. O que se trata evidentemente de uma desonestidade intelectual e moral a toda prova: trocar o essencial pelo acessório, como é próprio da resiliente cultura barroquista na qual estamos todos atolados há mais de três séculos.

Somos incapazes, enquanto elites formadoras de opinião, de manter um mínimo compromisso com a razoabilidade e o bom senso no debate público. Incapazes de inaugurar uma era de iluminismo, enfim, pelo coração encharcado de barroquismo. Quando estes sofismas das esquerdas veganas são velhos conhecidos: identificar a direita como extrema direita para se legitimar como centro e sempre entronizar a esquerda no poder, estratégia das tesouras entre esquerdistas socialdemocratas e socialistas desavergonhados, isolando como “extrema” direita a legítima e inaudita aliança entre conservadores e social-liberais no Brasil.

Não podendo enfrentar com argumentos o discurso conservador de um Olavo de Carvalho, que começou a romper com a hegemonia esquerdista das elites nacionais exatamente aqui neste Diário de Comércio de São Paulo, na década de 90, se apegam às figuras retóricas mais gastas do esquerdismo barroquista de sempre: a hipérbole, a farsa, o ataque pessoal, a judicialização da política, a troca do todo pela parte, a generalização, o paradoxo da ironia e da inversão de papéis.

Alguém duvida? Acessem os artigos e comentários citados acima dos dois jornalistas e tentem achar algo que não seja mero achincalhe à pessoa do presidente, numa clara demonstração de total desapreço à maioria dos cidadãos eleitores brasileiros. Depois enviem este artigo para algum desses veículos da grande e arrogante mídia profissional e vejam se sai alguma mísera nota a propósito. Pois para ela simplesmente não existe a grande maioria dos cidadãos eleitores brasileiros e seu sagrado direito de ser conservadora.  

Para acessar diretamente a edição do DCSP: https://dcomercio.com.br/categoria/opiniao/a-imprensa-que-embrulha-ou-a-pobreza-de-nosso-jornalismo-progressista

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Artigo – Do DCSP: “Só o artigo 142 pode salvar o Supremo”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-so-o-artigo-142-pode-salvar-o-supremo-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-so-o-artigo-142-pode-salvar-o-supremo-por-jorge-maranhao/#respond Wed, 10 Jun 2020 14:11:24 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39854 Contra o desvio de função, a imoralidade e o abuso de poder de alguns ministros do Supremo, mais à serviço da política do que da justiça, só mesmo o artigo 142 da Constituição Federal. Pois, sem dúvida nenhuma, se trata do maior escândalo da história quase bicentenária da Suprema Corte brasileira. Que de Pretório Excelso como era bajulada, virou reles chacota nas redes sociais, como Supremo Jeitinho, Supremo de Frango e outros que tais. Sobretudo depois que seu presidente resolveu cometer o desatino de instaurar inquérito contra alegados ataques à honra da instituição e censurar a liberdade de expressão de cidadãos e da própria imprensa. O que tem sido considerado ilegítimo ou mesmo ilegal por uma plêiade de juristas do país.

Dentre a série de ilegalidades cometida por alguns ministros, evidencia-se a clara ingerência da política no seu mister de interpretar a Constituição. Sendo que alguns casos mais rumorosos, acabaram por mudar o curso natural da política brasileira, para cuja atividade, é bom repetir, nenhum dos olímpicos togados têm mandato do povo para exercer. Senão, vejamos.

Como no caso recente do Sr. Lewandovski, ao julgar uma liminar de uma ação trabalhista patrocinada por partido de oposição ao governo sobre acordo de redução de salário e jornada de trabalho durante a pandemia. Acaso o ministro não vê a intenção política do partido, quando deveria simplesmente não julgar procedente a ação e recomendar que o seu autor buscasse votos para fazer valer a sua posição no âmbito do Congresso Nacional, que é o lugar próprio para os embates políticos. Não nos esqueçamos que foi o mesmo ministro que deu um jeitinho de distorcer o espírito da lei no julgamento do impeachment da ex-presidenta, que foi cassada sem perder os direitos políticos, ao arrepio da expressa letra constitucional!

Como no caso de vários e seguidos habeas corpus em decisão de caráter monocrático favorecendo inúmeros condenados por corrupção na operação Lava Jato, suspeitos de relações de amizade e familiares com o Sr. Gilmar Mendes, o que vem se caracterizando como insistente teratologia do garantista-mor do direito nacional, como os ministros da bancada penalista preferem alegar. Para o povo que lhes paga seus altos proventos e mordomias trata-se apenas de mera piada.

Como no caso do habeas corpus ao condenado José Dirceu concedido pelo Sr. Dias Toffoli a seu ex-patrono e líder político petista, quando deveria se declarar suspeito tivesse a mínima compostura.
E mais recentemente, como no caso de obrigar oficiais generais das FFAA a depor sob vara, e dar publicidade a um vídeo de reunião privada da Presidência da República de iniciativa do Sr. Tucano, digo Decano, Celso de Mello.

Por fim e mais recentemente, a última trapalhada, como no caso da ordem de busca e apreensão em residências de cidadãos de posição crítica à atuação dos sacrossantos ministros nas redes sociais, por parte do Sr. Alexandre de Morais, que já fez discurso contrário em defesa da irrestrita liberdade de expressão em votos passados.

Todos estes ministros atestam os três ou pelo menos um dos crimes enunciados acima, pois tomaram decisões monocráticas motivadas por razões indubitavelmente políticas, de ações de iniciativa de partidos políticos, todos de oposição e minoritários no Congresso Nacional, quando simplesmente deveriam ter rejeitado tais ações em respeito à justiça e à dignidade institucional do próprio Supremo.

Ao não rejeitar tais ações passaram a fazer política com evidente desfaçatez, usurpando prerrogativas exclusivas dos demais poderes. E, como circula em massa nas redes sociais, a citação de François Guizot, primeiro ministro da República Francesa em 1847/48, é mais do que oportuna: “Quando a política penetra no recinto dos tribunais, a justiça se retira por alguma outra porta”.

Como no texto constitucional está previsto no artigo 142 que as FFAA “sob a autoridade suprema do Presidente da República, destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”, e o Poder Executivo não tem conseguido cumprir o mandato para o qual foi democraticamente eleito por 58 milhões de cidadãos brasileiros, única fonte da legitimidade de todos os poderes, torna-se obrigação incontornável do Procurador Geral da República denunciar junto ao Senado Federal os crimes que julgar procedentes praticados por ministros do Supremo, sob a pena de, se não fazê-lo, praticar ele próprio crime de responsabilidade segundo as leis 9.608 que regula as obrigações da chefe do MPF e 1.079, que define os crimes de responsabilidade dos agentes públicos.

Para tal, pode o Procurador Geral instar ao Chefe de Estado brasileiro o uso das FFAA, não para fechar o Supremo ou o Congresso, como mera intriga de viés político da mídia enviesada e dos partidos minoritários de oposição, mas para a garantia de um poder notoriamente usurpado. E, caso não acate a denúncia ou não dê prosseguimento à mesma, estaria o próprio presidente do Congresso Nacional, por sua vez, incurso em crime de prevaricação, restando, pois, às próprias FFAA a missão última de intervenção que lhe confere o artigo 142 da Constituição.

Portanto, com a palavra o Procurador Geral para se pronunciar quanto a eventual tipificação dos crimes de abuso de poder, desvio de função, ilegalidade e imoralidade públicas por atos, decisões e ordens ilegítimas praticados por alguns desses ministros. E, caso não cumpram seus deveres institucionais, tanto o MPF quanto o chefe do Poder Legislativo e as próprias FFAA, aí sim, estariam todos atentando contra a soberania maior do povo brasileiro, da própria Constituição e da defesa da Pátria.

O mais importante é que fique claro na representação do Procurador Geral as razões de sua iniciativa contra a cotidiana e proposital distorção do noticiário de grande parte da mídia de massa brasileira; que não se trata de fechar a instituição da Suprema Corte, mas, muito pelo contrário, de protegê-la contra ameaças de sua total desmoralização perante a maioria do povo brasileiro, que exige que o país retome seu desenvolvimento e não continue a patinar em crises inventadas pelos que se consideram acima das leis, donos da verdade e porta-vozes do povo.
Uma vez que a turma do “deixa-disso” vai correr para a mídia esquerdopata para tachar de atentado à democracia a iniciativa do MPF, seguida das ações da PR e das FFAA.

Mas até setembro, quando muda a presidência do Supremo para o penalista Luiz Fux, segundo a tradição da Corte, a corda já poderá ter rompido e o país já poderá estar em crise de desordem institucional, além de não poder esperar uma mudança no comportamento politiqueiro de uma oposição golpista respaldada pela irresponsabilidade suprema de alguns ministros idem.

Restaria ainda aos mesmos uma solução interna corporis em face deste provável desenlace: poderiam se demitir voluntariamente aqueles que discordassem da correlação de forças majoritária de dois contra um dos poderes, pois, vagando a presidência para Fux e com a perspectiva de um novo ciclo de magistrados legalistas e penalistas como Barroso e Fachin, acompanhados de Rosa Weber, Carmen Lúcia e do mercurial e imprevisível Marco Aurélio – o próximo a vestir o pijama em 2021 – a própria correlação de forças do Supremo mudaria.

Tal proposta já circula nas redes sociais e deve entrar em discussão imediata para a obtenção de um consenso entre os maiores juristas brasileiros como Dr. Yves Gandra Martins, Rubens Glezer e Modesto Carvalhosa, além da procuradora federal Thaméa Danelon, entre outros. Trata-se apenas de dividir a iniciativa entre o chefe de Estado brasileiro, o presidente da República, o chefe do Ministério Público Federal e procurador geral da República, o chefe do Estado-Maior das FFAA e, se possível, um dos presidentes do Poder Legislativo Federal. Para que não venham a incorrer em crimes de responsabilidade e de prevaricação, como já circula maciçamente nas redes sociais.

Pois, ao contrário do que a oposição propaga, se trata de usar as FFAA não para fechar o Supremo, mas para salvá-lo da desmoralização e da ira do povo brasileiro. Com a palavra, o Sr. Augusto Aras.

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