Artigo – Cenário Eleitoral no Início de Agosto de 2018, por Mario Guerreiro

Muitos são os escohlidos, mas poucos os presidenciáveis de fato. Por isto mesmo, vamos nos ater aos que têm maiores ou menores chances e ignorar as zebras da corrida presidencial.

Nomeadamente: Jair Bolsonaro (PSC), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos).

Bolsonaro lidera as pesquisas em que o presidiário Luladrão está ausente, o que nos parece mais realista, uma vez que condenado em segunda instância não pode se candidar em virtude da Lei da Ficha Limpa.

Não creio na revogação dessa lei, nem creio que o STF conceda habeas corpus a Luladrão tornado-o livre e candidatável, uma vez que o TSE pode aceitar sua inscrição, para decidir posteriormente, sem data marcada, se ela será impugnada ou não.

Coisa essa que é  um absurdo jurídico, mas que conta com ao menos um antecedente: o caso de Tiririca.

Tratava-se de um analfabeto cuja inscrição tinha sido aceita, foi eleito deputado federal por S.Paulo com 1.400.000 votos, arrastou no mínimo cinco deputados pelo voto de legenda, essa excrescência politica.

Mas o que fez essa egrégia Corte de Justiça? Submeteu Tiririca a um teste fajuto em que ele demonstrou 40% de capacidade de leitura e comprensão de um texto e, com isso, declarou que ele era alfabetizado, embora tivesse sido reprovado em qualquer escola digna desse nome.

Nas pesquisas sem o nome de Luladrão, Bolsonaro segue com boa margem de liderança. Em segundo lugar, aparecem Ciro Gomes e Marina Silva.  E com uma grande diferença aparecem Geraldo Alckmin e Álvaro Dias.

Ciro Gomes é um candidato com longa carreira política, tendo sido deputado, senador e governador do Ceará, além de ministro do governo do PT. Seu discurso é uma mistura intragável de poucas ideias boas, muitas incongruências e bravatas.

De acordo com um canal da Internet, o próprio site do PDT de Ciro traz a mensagem de que ele, Ciro, é financiado pelo Partido Comunista Chinês.

Creio que se trata de uma fake news, pois como sabemos, o financiamento de qualquer entidade estrangeira é crime eleitoral. E não acreditamos que um partido comunicasse para um grande público a confissão de um crime. Isto seria por a cabeça na guilhotina dos seus inimigos.

Pavio curto e destemperado, Ciro tem tentado fazer coligações do seu atual partido, o PDT do finado Brizola e seu flhote Garotinho, hoje inelegível. No entanto, tem fracassado em seu intento. Pode-se dizer que não teve sucesso em  unir as esquerdas em torno de seu nome. Encontra-se isolado e é um cavalo morto.

Ciro Gomes personifica aquela frase do poeta maldito, Augusto dos Anjos: “A mão que faga é a mesma que apedreja”. E o principal afagado e apedrejado é Luladrão, que acabou rejeitando o afagador e apedrejador. De onde se conclui que o maior amigo de Ciro é Ciro. E o maior inimigo também.

Quanto a Álvaro Dias… Bem, seu partido é o Podemos, o mesmo nome do recente  partido esquerdista espanhol numa clara inspiração de Obama. Lembram-se do slogan de campanha do primeiro governo do canditado democrata, i.e do Partido Democratra americano? Change! Yes,we can!

Isso mesmo: “Mudança! Sim, podemos!” De fato, é sempre possível mudar. Não raramente, para pior. Isto foi o que o esquerdizante Obama fez, e hoje Trump está consertando gradativamente. Não vou me alongar num elogio a Trump, basta consultar os dados macroeconômicos!

Tal qual Ciro, Álvaro Dias é detentor de longa e vitoriosa carreira política. Ex-governador do Paraná, deputado federal e senador por seu Estado. Tal como a senadora Ana Amélia (PP-RS), tem se mostrado um dos mais combativos inimigos da corrupção e das esquerdices parlamentares.

Ouvi dizer, mas não posso garantir que não seja uma fake news, que Álvaro foi a favor do desarmamento da população que costumava comprar legalmente armas para se defender. Bandido só as comprava e ainda as compra para praticar assaltos. Não as compra legalmente em lojas, mas sim como receptação de contrabando e raspando o número de série.

Não sei se você sabe, mas essa é uma ideia desarmamentista posta em prática por Lenin, Hitler, Fidel Castro, Hugorila Chávez, etc. e agrada bastante às velhinhas beatas preocupadas com a crescente violência. Custo a crer que o senador Álvaro Dias tenha defendido essa espúria manobra esquerdista!

Resta a ver o caso da Copa do Mundo, quer dizer: o  de Marina, a que só aparece de 4 em 4 anos. A Marina de hoje em nada se parece com a de ontem. Foi do PT durante muitos anos em que se mostrou uma ecochata, tanto que acabou se desentendendo com Luladrão.

Quando Luladrão propôs o projeto de transposição do Rio S.Francisco, Marina fez um monte de objeções relativas aos impactos ambientais. Em alguns pontos, ela até tinha boas razões, mas Luladrão só tinha olhos para os dividendos políticos daquela obra faraônica hoje entregue às baratas.

Num dado momento, Luladrão não aguentou mais a falação interminável de sua ministra e, com a sutileza que lhe é peculiar: “Companheira Marina, esse negócio de ecologia é que nem exame da próstata: se tem que enfiar um dedo no cu, então enfia logo!”

Moça recatada e de bons modos, Marina, a que queria ser freira e acabou evangélica, silenciou-se diante da eloquênciado Cícero de Garanhuns.  Mas trocou de letra: deixou o PT (Perda Total) e entrou para o PV (Prazo de Validade). Era vermelha, mas se tornou uma melancia (verde por fora).

Posteriomente, Marina largou o PV e criou a Rede para pegar mais peixes. Daí para diante, mudou completamente seu discurso. É provável que sob a influência de seu conselheiro, Eduardo Giannetti – Doutor em Economia por Oxford e defensor do liberalismo clássico – Marina até parece ter se tornado uma discípula das ideias autenticamente liberalizantes. M’engana qu’eu gosto!

Quem diria! Greta Garbo acabou no Irajá! Marina já está falando em privatizações, menos a da imprivatizável Petrobras. Esta até Bolsonaro, ao contrário de seu conselheiro Paulo Guedes, hesita em privatizar. Não creio que ele aasim faça só para não afugentar os cultuadores do credo Petrobras, patrimônio brasileiro.

Mas o fato é que Bolsonaro já repetiu o desgastado chavão: “A Petrobas é uma empresa estratégica”. Em termos militares, a tomada da capital também era estratégica e só deixou de ser em 1812 com a expulsão de Napoleão da Rússia.  Segundo Maggie Thatcher: “Nada mais estratégico do que comida”. Mas isto não é razão para a criação da Feijãobras.

Só não entendo por que Atlantic, Esso, Texaco, etc. nunca foram estatizadas pelos americanos! Será que eles não entendem bulufas de estratégia?! Como dizem nossos petroleiros e braspetrolizantes: “O petróleo é nosso”. E estão certos em defender com unhas e dentes o que é seu!

Deixamos para o final dois candidatos: Alckmin e Bolsonaro. Em parte porque consideramos que eles irão para o segundo turno. Até pouco tempo, Alckmin tinha uma pontuação muito fraca nas pesquisas, abaixo mesmo de Marina e de Ciro.

Mas, como dizia o finado Ulysses no País das Maravilhas – lançado candidato a Presidente para perder, do mesmo modo que hoje o MDB lançou Henrique Meirelles – “A política é como as núvens: está sempre mudando de forma e posição”.

Dois fatos políticos recentes mudarão a forma e a posição das núvens: A heteróclita coligação de partidos comandada pelo PSDB, que recebeu o enganoso nome de Centrão, como se fosse uma posição equidistante da “extrema direita” representada por Bolsonaro e da “exrema esquerda” repreentada por Ciro. O segundo fato é Alckmin ter escolhido como vice a senadora Ana Amélia (PP-RS).

Quanto ao primeiro fato, com essa grande coligação Alckmin conseguiu realizar o sonho dourado de Ciro: um bloco capaz de unir as esquerdas e engabelar os que temem a “extrema direita”, i.e: os defensores dos regimes militares,  e o “xenófobo”, “racista”, “fascista”e “homofóbico” Bolsonaro.

Será mera coindidência Bolsonaro ter recebido da grande média os mesmos carinhosos epítetos que recebeu o Orange Man, i.e. Donald Trump?!

Será mera coincidência ambos serem esculhambados e zoados pelos mesmos setores da sociedade, a saber: políticos com rabo preso na Lava Jato, a maioria da classe artística, das universidades, das esquerdas ignaras e da grande mídia ou Fake Media, como costuma dizer Trump?!

Como político defasado, Alckmin – famoso “Picolé de Chuchu” –  ainda acha que tempo na TV vale tanto quanto verba de campanha. Isto era mesmo assim antes da eleiçao de Donald Trump. Mas com a eleição de Trump, coisa que o antiquado José Serra (PMDB-SP) considerava impossível e não admitia nem a título de hipótese, as núvens mudaram de forma e de posição.

Ambas as coisas, extremamente desejadas por políticos defasados, têm de fato alguma importância, mas o que é muito mais importante é a atuação de um candidato e seis seguidores nas redes sociais da Internet e as contribuições espontâneas de seus eleitores.

Trump ganhou a eleição nos Colégios Eleitorais dos Estados da Federação. De seu bolso bilionário colocou 10 milhões de dólares, uma bagatela para o magaempresário que ele é. Mas como contribuição de seus eleitores recebeu 2 bilhões de dólares, uma gritante diferença!

O PSL (Partido Social Liberal), o de Bosonaro, é um partido sem capilaridade, só para usar uma das palavras preferidas pelos políticos. Talvez um dos que conta com menos dinheiro.

So tem coligação com outro partido minúsculo: o PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), o partido do vice de Bolsonaro:  general Mourão, e por isto mesmo, tem apenas 8 segundos no programa eleitoral da TV. E daí? Isso é tempo suficiente para o candidato dizer: “Meu nome é Bolsonaro!” e  deixar no ar o nome de seu blog ou canal na Internet.

Lembro que o tempo na TV é algo sui generis, por exemplo: um comercial dura em média 30 segundos e quando vai muito além disso entedia e aborrece o espectador. Com 6 minutos na TV, o Picolé de Chuchu acabará derretendo.

Quem faz sua campanha boca a boca,  promovendo encontros e/ou afixando posters e faixas são eleitores de Bolsonaro, que nem precisa pedir que o façam. Eles o  fazem de sua livre e espontânea vontade!

Quem promove mais Bolsoraro é o próprio Bolsonaro com seu discurso franco e sincero, coisa que gera grande credibilidade em eleitores cansados da desonestidade e da velha baba de quiabo da maioria dos políticos.

Com sua grande coligação e com a surpreendente escolha de Ana Amélia para vice, Akckmin irá para segundo turno com Bolsonaro. Temos de levar em consideração que Ciro Gomes é o maior inimigo de Ciro Gomes. Ele é como o finado Darcy Ribeiro que quanto mais metia sua cara na TV, mais descia nas pesquisas.

Mas que dizer de Marina Silva? A Copa do Mundo só aparece de 4 em 4 anos e, nos últimos anos, a Seleção Brasileira tem jogado como nunca  e perdido como sempre.

Marina tem a seu favor o  fato de ter apoiado o impeachment de Dilmandona, o que evidencia que ela pertence a uma minoria: a esquerda honesta, a mesma de Hélio Bicudo e de Miguel Reale Jr., dois dos encaminhadores  do pedido de impeachment.

Mas ainda não ouvi Marina alçar sua voz fininha para criticar Luladrão, elogiar Sérgio Moro e a Lava Jato. Talvez, ela não faça tais coisas para não melindrar a maioria de seus eleitores composta de penitentes ex-petistas honestos, inocentes úteis e ecochatos admiradores de Al Bore e do ecoterrorismo do efeito estopa.

Quanto a Bolsonaro, ele é tido por seus adversários como bitolado e pouco inteligente, embora tenha percebido algo que seus adversários ainda não se deram conta: a importância das campanhas na Internet, o discurso franco e direto com os eleitores e  ouvidos atentos para as reais reivindicações do cidadão comum, não para as supostas reivindicações propaladas por políticos defasados e interesseiros.

Além disso, Bolsonaro soube ir ao encontro dos verdadeiros anseios do povo: moralidade, segurança e educação. Ele não é um orador brilhante, nem faz promessas impagáveis.

Mas faz duras e contundentes críticas tanto ao establishment quanto à grande mídia esquerdista e globalista, quer dizer: a favor da nova ordem mundial. Na realidade, ele é o único candidato realmente de oposição, juntamente com a maoria do povo brasileiro, que é conservadora, apesar da mídia e da esquerda “progressista” propagarem o contrário.

Mas Alckmin e o PSDB não tem sido oposição ao PT? Formalmente sim, substantivamente não! Trata-se de faces opostas da mesma moeda. É a esquerda vegetariana (PSDB) contrapondo-se à esquerda carnívora (PT), e tudo fica em casa sob o comando da esquerda.

Confesso que em 2006 votei em Alckmin. Não porque o considerasse o melhor candidato, mas sim o menos ruim. Se o Capeta tivesse disputado a eleição com Luladrão, eu votaria no Capeta sem a menor hesitação!

FHC tinha feito algumas privatizações,não porque fosse simpático à agenda liberal -coisa que ele detesta – porém porque seu governo precisava urgentemente de caixa. Luladrão e o PT acusaram FHC de “neoliberal” e fizeram campanha contra Alckmin pespegando nele o rótulo de “privatizante”, i.e. adepto da “privataria”.

E, para a grande decepção de muitos de seus eleitores, que fez o Picolé de Chuchu? Vestiu a camisa da Petrobras, saiu beijando criancinhas e jurando solenemente que não privatizaria a Petrossauro, quer dizer: a Petrobras, na terminologia do saudoso embaixador J.O. de Meira Penna.

Mas o que fez recentemente o insosso Picolé ? Fez uma coligação de vários partidos sob o comando do PSDB. Na realidade, um balaio de gatos que foi chamado de “Centrão”. Creio que o nome se deveu a uma analogia espúria com o grande bloco de constituintes que se formou no Congresso, de modo a barrar as piores coisas de uma esquerda delirante.

Na realidade, a coisa devia se chamar Esquerdão e sua finalidade imediata barganhar votos desses partidos e aumentar o tempo no programa eleitoral e, em decorrência disto,  se opor fortemente ao único candidato da direita conservadora: Jair Bolsonaro.

Além disso, Alckmin escolheu como vice a senadora Ana Amélia (PP-RS),uma  parlamentar bastante conecida por sua forte atuação no Senado contra a corrupção e o petismo. Não há dúvida que este apoio da senadora gaúcha renderá muitos votos, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Tendo aceitado o convite de Alckmin, muita gente também ficou decepcionada com a senadora, uma vez que era esperado que ela apoiasse alguém com perfil  aguerrido de direita mais semelhante ao seu.

Se havia coisa que seu perfil não se encaixava era com o de um insosso Picolé de Chuchu, um paulista que mais parece politico do velho  PSD mineiro do “nem a favor nem contra,  muito pelo contrário”. Geraldo Alckmin pode não ser parente consanguíneo de José Maria Alkcmin, mas o parentesco ideológico salta aos olhos de quem conheceu um e conhece outro.

No entanto, logo após a aceitação de Ana Amélia, as redes sociais – as maiores infuenciadoras surgidas na Era da Informática após o reinado da TV – mostraram a verdadeira face de Ana Amélia, coisa que a mainstream media (grande mídia) jamais revelaria.

Entre outras informações, que não são fake news, mas sim bad news, foi postado um vídeo em que Ana Amélia aparece apoiando a frivola e insípida candidata Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) à Prefeitura de Porto Alegre! Barbaridade, tchê!

Passamos a compreender bem quem se mostrava no Congresso e quem é de fato a senhora Ana Amelia Lemos. De esquerda carnívora à esquerda vegetariana, há realmente uma diferença, mas apenas de grau!

Passamos a considerar perfeitamente natural o que antes parecia um acasalamento de jacaré com cobra d’água e é agora um sincero e fraterno contubérnio.

Não estamos certos de quantos votos o Picolé de Chuchu arrebanhará nos verdes pagos do Sul, mas estamos certos de que Ana Amélia deu um tiro de 45 no próprio pé: trocou o certo, sua reeleição ao Senado, pelo duvidoso, sua eleição como vice do Picolé de Chuchu.

De qualquer maneira, é bastante provável que a candidatura de Alckmin seja alavancada e que ele chegue ao segundo turno junto com Bolsonaro. Quem vencerá a contenda?

Levando em consideração a força eleitoral das redes sociais, que hoje superam a da TV – por exemplo: a maior influenciadora das redes é Joyce Hasselmann com mais de 700.000 seguidores -, levando em consideração que a maioria dos eleitores está extremamente insatisfeita e revoltada contra mais de 20 anos de governos de esquerda se revezando, ora PSDB, ora PT, o mais provável é que vença Bolsonaro.

Mas estamos apenas no início da campanha política e estamos circunscritos à conjuntura dos inícios de Agosto. Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte, que espero que seja uma ponte para uma ponte da esperança, não mais da mesma gororoba.

 

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