A cidadania atuante apanha, mas não foge da luta
Amigos ouvintes, aqui na Voz do Cidadão acompanhamos bem de perto a luta diária de milhares de cidadãos atuantes e ativistas sociais que trabalham no acompanhamento de mandatos e na fiscalização dos orçamentos públicos.
Infelizmente, isso quase sempre contraria interesses de poderosos e os resultados podem ser bastante imprevisíveis. Um caso emblemático é o do jornalista investigativo Fabio Oliva, da pequena Januária, no norte de Minas Gerais. Por conta das denúncias de improbidade administrativa e desvio de verbas públicas que faz contra políticos locais, Fabio já foi até espancado em plena luz do dia e em local público, alguns anos atrás.
Pois esta semana Fabio nos relatou que um outro ativista social, o advogado Geraldo Flávio Soares, foi agredido com violência na cidade mineira de Montalvânia. O agressor é o secretário de Administração da cidade, Jefferson Rocha Vieira, denunciado por Geraldo pelo uso de veículos públicos para fins particulares. Uma vergonha.
Mas se engana que esse tipo de situação ocorre apenas nas cidades mais remotas. O próprio Congresso Nacional volta e meia dá seus exemplos de intimidação contra quem questiona a conduta de políticos.
Basta lembrar um caso recente, envolvendo um político importante e um juiz eleitoral. O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Henrique Alves, apresentou mês passado uma reclamação disciplinar ao Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, contra o juiz de Direito Márlon Reis. Uma atitude desmedida e autoritária, e por um motivo bem torpe. No início deste ano o juiz Márlon lançou seu livro mais recente, “O Nobre Deputado”, no qual são relatadas as principais estratégias de políticos em campanha, muitas delas antiéticas e até ilegais. Mesmo sendo uma obra de pesquisa acadêmica séria, pois foi realizada para o doutorado do juiz, o deputado Henrique Alves decidiu mandar às favas a compostura e o nosso direito constitucional à liberdade de expressão.
Como vocês podem ver, o caminho dos cidadãos atuantes pode ser muito atribulado quando a luta é solitária. Por isso, convocamos sempre todos os cidadãos mais conscientes a participar coletivamente do debate público e a lutar por mais ética e transparência na vida pública e política. Somente numa voz coletiva, um verdadeiro “coro” de cidadãos, é que teremos chance de mudar para melhor a nossa representação política. A propósito, é esta mesma a razão lançarmos o programa de Agentes de Cidadania, onde diversos especialistas dos mais variados segmentos de atuação divulgam suas propostas de políticas públicas para o Brasil.
Aqui no www.avozdocidadao.com.br vocês têm um link para todas as informações sobre o livro “O nobre deputado”. Vale conferir. E aproveitem também esta última semana antes do segundo turno e procurem saber dos candidatos a presidente e aos governos estaduais o que eles pretendem fazer pela ética na política.
Uma boa eleição no próximo domingo e semana que vem tem mais!
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