Entidades entregam amanhã no Senado abaixo-assinado contra Renan
Entidades entregam amanhã no Senado abaixo-assinado contra Renan
Amanhã, quarta-feira, diversas entidades da sociedade civil vão dar uma inequívoca demonstração à classe política de como os cidadãos de bem, conscientes e principalmente atuantes não estão mais dispostos a assistir inertes ao festival de escárnio produzido por suas excelências em Brasília.
A partir das 13 horas, integrantes do Movimento 31 de Julho, Rio de Paz, Rede Abracci, Rede Amarribo, Comunidade Avaaz, MCCE, IFC, Congresso em Foco e outros, representando centenas de organizações de combate à corrupção e a impunidade no país, vão entregar a uma comissão de senadores mais de um milhão e meio de assinaturas colhidas pedindo o impeachment do senador Renan Calheiros da presidência da casa.
Não é pouca coisa. Só para efeito de comparação, a campanha por adesões ao projeto de lei de iniciativa popular da Ficha Limpa levou dois anos para conquistar um milhão de trezentas mil assinaturas. Agora, usando a velocidade da internet, foi preciso apenas duas semanas para alcançar um número ainda maior de adesões.
Mas se engana quem acredita que a ideia é apenas pressionar o Senado. Logo depois da entrega das assinaturas na Casa, as organizações irão ao Supremo Tribunal Federal deixar uma carta ao presidente da Casa, Joaquim Barbosa, pedindo celeridade na apreciação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o senador Renan. Assim como o Senado, as entidades pretendem acompanhar de perto tudo o que acontece, para dar uma demonstração clara de que a sociedade quer um novo marco na política brasileira. Um marco de cidadania, de ética e de responsabilidade política com o coletivo, num ambiente político tomado hoje pelo que a revista The Economist acabou de chamar de “zumbis políticos”, aqueles que conseguem se agarrar ao poder mesmo sob uma saraivada de acusações e provas cabais de delinquência.
E não tenhamos dúvida de que a internet, sua tecnologia e as redes sociais são o ponto de partida para esse processo. Países como Estônia, Suíça, Canadá e Austrália já utilizam a web em eleições majoritárias, plebiscitos e referendos. Mais de uma dezena de outros já possuem estudos avançados para isso. No Brasil, apenas como exemplo, dois projetos de lei no senado querem incentivar a democracia participativa, facilitando a tramitação de projetos de lei de iniciativa popular e incluindo a votação por internet como uma das possibilidades de participação: a PEC 53/2012 e o PLS 129/2010.
Quem estiver em Brasília amanhã, pode acompanhar as manifestações já a partir das 6 horas da manhã, na Esplanada dos Ministérios, e depois, às 13 horas no Senado Federal. Vamos mostrar de maneira firme que a força da internet é real e chegou para mudar as armas da cidadania!