Sucessão no Congresso e a corrupção do valor da Vida
Sucessão no Congresso e a corrupção do valor da Vida
Como se sabe, a escolha que está para ser feita dos cargos de comando das duas principais casas legislativas do Brasil tem repercutido, e mal, na sociedade. Pelo lado do Senado, o virtual escolhido já teve até que renunciar desse mesmo posto anos atrás, como todos sabem, por denúncias de tráfico de influência. E, caso a Procuradoria-Geral da União decida enviar denúncia ao Supremo, teremos o absurdo caso de um político na linha direta de sucessão da presidência da República exercendo seu mandato na condição de réu na Justiça. O principal candidato à presidência da Câmara não fica muito atrás e já enfrenta denúncia atrás de denúncia.
Já falamos muito neste espaço sobre a corrupção dos valores fundamentais que vivemos hoje. Esses valores são a base de uma verdadeira cultura de cidadania e são interligados. Dentre eles, temos a Vida/Segurança, a Liberdade/Propriedade e a Justiça/Honra. Hoje, o comentário é sobre o valor da Vida.
A Vida é desentendida por nós como simplesmente condições de vida. Aqueles requisitos mínimos necessários para se sobreviver com dignidade. Mas Vida é mais que isso, e envolve um dom natural para além da ordem humana ou social. Também é o convívio com outros, o tipo de interação que temos com eles e principalmente o respeito ao próximo. E é justamente nisso que mais pecamos. Afinal, o que pensar de nossa elite política, por exemplo, quando dá vexame atrás vexame frente à sociedade. Ou o exemplo da falta de respeito de um político com seu próprio filho, ao mandar um acólito pagar as despesas que deveriam ser de sua responsabilidade moral.
Mas o descaso, a falta de respeito e o escárnio da classe política em relação à sociedade não fica só nos políticos. Seus amigos, apaniguados, fornecedores e outros que orbitam o poder também seguem a mesma linha. Afinal, o que dizer do marqueteiro famoso e milionário, especializado em campanhas eleitorais, que em recente entrevista declarou o seguinte absurdo: “Hoje o eleitor é pragmático. Só quer saber qual voto pode melhorar sua vida. Não quer saber quem é mais ou menos correto, se é de direita ou esquerda”. Esquece o publicitário que foi esse cidadão “pragmático” que fez pressão e conseguiu a aprovação da Lei da Ficha Limpa e que nas últimas eleições para presidente deu um recado claro de 20 milhões de votos a propostas que privilegiavam a ética na política.
Infelizmente, o valor da Vida também não é compreendido pelas elites econômicas brasileiras. Em pesquisa feita ano passado em Natal, a CNseg, a confederação das empresas de seguro privado, revelou que nada menos que 48%, quase metade, das pessoas com renda acima de 10 mil mensais não deixam de segurar sua casa ou seu carro, mas não consideram importante fazer seguro de vida. Bastante sintomático de um desentendimento que claramente não traz bons frutos para o Brasil.
Aqui no portal da Voz do Cidadão vocês têm um link direto para a Revista de Seguros, da CNseg, onde estão mais detalhes dessa pesquisa. Conheça e reflita: o que é o valor da Vida para você?