Entidades querem apoio para aprovação de cidadania e ética no ensino
Entidades querem apoio para aprovação de cidadania e ética no ensino
E não é que o ex-ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, continua levando o seu dinheiro do poder público? Desta vez, Palocci será agraciado pela Comissão de Ética Pública com cerca de 107 mil reais, relativos ao período em que ficou de quarentena após deixar o cargo no primeiro semestre do ano passado. O valor corresponde ao salário de quatro meses que altos funcionários do poder executivo devem cumprir de quarentena antes de ingressar no mercado privado.
É a velha história: é legal mas não é moral. Pra quem não lembra, Palocci renunciou ao segundo cargo mais importante do governo federal após denúncias na mídia de que sua empresa de consultoria havia auferido rendimentos milionários na época em que o político era deputado e coordenador da campanha de Dilma Roussef à presidência. O pedido de investigação feito à Procuradoria-Geral da República foi arquivado mas Palocci, pressionado tanto pelo governo quanto pela opinião pública, acabou deixando o governo. E sem explicar como sua empresa – que poucos funcionários tinha – faturou 20 milhões em apenas um ano, o mesmo que grandes e tradicionais empresas de consultoria no mercado. Para a “cereja do bolo”, o próprio ministério público arquivou semana passada o caso contra Palocci por “falta de provas”.
Se o assunto fosse apenas da alçada do “devido processo legal”, tudo bem. Mas o fato é que não é! É questão de moralidade pública e o nobre ministro ainda tem o despudor de pedir os valores da quarentena. Casos como este ou a ligação entre o senador Demóstenes e o grupo de Cachoeira, evidenciam a deliberada confusão entre legalidade e moralidade no poder público e que têm servido de desculpa para atos no mínimo discutíveis.
Pois cabe à sociedade cobrar essa moralidade da classe política. Mas para isso, é preciso que os cidadãos conheçam os conceitos básicos da cidadania, como a diferença entre ética e moral, entre Estado e governos, impunidade e imunidade, justiça e justiça social. Para isso, movimentos sociais como o NasRuas de São Paulo, e o 31 de Julho no Rio, estão divulgando um manifesto na internet para pressionar o Congresso a aprovar o projeto de lei do Senado 02/2012, de autoria do senador Sergio Souza, que inclui no ensino fundamental e médio disciplinas que tratem de cidadania, moral e ética. A matéria está na Comissão de Educação, Cultura e Esporte pronta para ser votada.
O manifesto pela aprovação acaba de ser colocado no site Avaaz e precisa de 10.000 assinaturas para ser levado pelo NasRuas ao Congresso. Aqui na Voz do Cidadão colocamos um link direto para a página da Avaaz.
Um cidadão realmente consciente e atuante tem como princípio número um o incentivo a outros fazerem o mesmo. Dê seu apoio ao manifesto e convide outros a também participar!