Os dez princípios conservadores de Russel Kirk
Ouvintes do Panorama, em tempos de reivindicações em série, manifestações frequentes, gritos nas ruas e depredações do espaço público, hoje vamos fazer uma pergunta aparentemente simples: você se considera um conservador?
Antes de vocês responderem, vamos propor aqui neste comentário uma reflexão sobre o que é realmente ser um conservador. De uns tempos para cá, esse termo passou a ser associado a algo desatualizado, retrógrado e limitado. Como se alguém que se declarasse um conservador fosse atrasado e contra o desenvolvimento humano em todos os campos. E que o moderno é ser progressista e romper com velhas barreiras.
Nada mais falso, não é mesmo? Pois o conservador pode ser progressista quando baseia sua conduta social em valores morais. Mais até do que muitos que se dizem progressistas, mas que na verdade querem derrubar tudo sem saber ao certo onde querem chegar.
Pois bem, recentemente foi lançado no Brasil o livro A política da prudência, do pensador americano Russel Kirk, falecido em 1994. Em sua obra, Kirk enuncia o que acredita ser os dez princípios de um típico conservador e como eles estão presentes na vida de todos nós. Aqui, vamos citar apenas alguns desses princípios, par você checar e formar sua própria opinião.
O primeiro deles trata da questão moral. Todo conservador acredita que há uma ordem moral duradoura, na qual a natureza humana é uma constante e as verdades morais são permanentes. Outro ponto é o da continuidade. O que é costume e convenção é o meio de unir geração após geração e é isso que dá solidez às instituições.
Além disso, temos o princípio da prudência. Os conservadores são guiados por esse princípio e agem somente após muita reflexão para pesar bem as consequências de suas ações. Reformas rápidas e rupturas agressivas são tão perigosas quanto cirurgias rápidas e extensivas. Sem reflexão adequada, é alta a chance de tudo dar errado.
Os conservadores estão convencidos também de que a liberdade e a propriedade estão intimamente ligadas, especialmente a propriedade privada. E o modo de se garantir esses valores é a imposição de limites prudentes sobre o poder. Os radicais têm como característica maior pensar no poder como uma força para o bem – mas desde que esse poder recaia em suas mãos. E aí o passo seguinte é justamente a supressão das liberdades civis, da justiça e da propriedade.
Em resumo, se você acredita na importância da conservação de valores morais duradouros, no valor da liberdade e da propriedade e no princípio da prudência; e sabe que deixar as decisões sobre a sua vida pessoal nas mãos de qualquer governante é um risco inaceitável, então você é, sim, um conservador.
E sobre esse tema, vale a pena conhecer os dez princípios do conservadorismo expressos por Russel Kirk em seu livro “A política da prudência”. Temos também disponível o excelente artigo “Pontos fora da curva”, do almirante reformado Luiz Sérgio Silveira Costa, onde o autor lista uma série de situações atuais que podem tornar a anarquia um risco real para o Brasil. Tudo isso aqui, no www.avozdocidadao.com.br. Até domingo que vem!