Juízes resistem à determinação do CNJ sobre alteração do horário de trabalho
Parece piada, mas não é. Esta semana o Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle externo de toda a magistratura, determinou a todos os tribunais do país que ampliem seus horários de atendimento aos cidadãos. Na resolução do CNJ, assinada pelo presidente da Casa ministro Cezar Peluso,
A partir de agora, o atendimento ao público deverá ser realizado das 9h às 18 horas, como de resto trabalha a maioria dos cidadãos brasileiros: 8 horas diárias em jornada de 40 horas semanais.
E não é que nobres magistrados e servidores do Judiciário estão reclamando bastante desta determinação? Chegam a alegar até que vão sofrer com o calor com tantas horas dentro dos tribunais, como se nessas repartições e tribunais de Justiça em todo o Brasil não existisse o conforto de um ar condicionado. Outros, como o presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, o desembargador Marcus Faver, alegam que não existem servidores em número suficiente para dois turnos. Mas, por que dois turnos se a jornada é de oito horas por dia?
E olha que há movimentos de juízes que pregam até mesmo uma greve geral por melhores salários e condições de trabalho. Talvez até seja bom, pois uma greve agora teria o efeito de levantar na mídia a discussão sobre os acertos e as dificuldades do Poder Judiciário de hoje. Principalmente trazer à luz informações relativas à remuneração atual da classe diante do que recebem os demais servidores públicos e os cidadãos em geral. Não bastasse isso, ainda temos o compromisso com o CNJ, e não cumprido, de zerar os processos julgados de 2010, feito pelos Tribunais de Justiça no programa de Metas de Judiciário. Na verdade, o ano acabou fechando com um déficit de 1 milhão de processos!
O fato é que a Justiça no Brasil ainda é bastante lenta, apesar dos avanços desde a criação do CNJ. E que a recusa em trabalhar no mesmo ritmo dos cidadãos comuns soa como piada de mau gosto.
Para conhecer a íntegra da resolução do CNJ que está causando tanta reação no Judiciário, acessem avozdocidadao.com.br. Conheçam e reflitam se o nosso Judiciário está se julgando acima de todos, principalmente do seu próprio órgão de controle.
Até a semana que vem!