Favelas pacificadas têm nível de inadimplência menor
Agora vamos comentar uma das consequências mais promissoras do bem-sucedido esforço de pacificação de favelas na cidade do Rio de Janeiro. E que pode inspirar comunidades carentes de outras grandes cidades brasileiras. Como todo mundo sabe, no período em que essas comunidades estiveram sufocadas pela força do tráfico de drogas, pouco ou nenhum serviço público era oferecido aos cidadãos.
Evidentemente o medo imposto por traficantes evitava que técnicos e prestadores de serviços de iluminação, saneamento, coleta de lixo, fornecimento de gás e água e até policiamento chegasse às casas.
Com a pacificação, esses serviços voltaram a ser oferecidos e uma das constatações mais evidentes foi a de que as populações nessas áreas possuem uma viva noção de cidadania, de direitos e de deveres com o bem público e com os governos e o Estado.
Exemplo disso foi a constatação feita pela prestadora de energia elétrica da cidade, a concessionária Light. A empresa descobriu que nas favelas pacificadas o número dos consumidores com as contas de luz em dia é proporcionalmente maior do que a média em toda a área de ação da empresa no estado. Falando claramente, pobreza não é sinônimo de calote. Segundo a empresa, em três favelas pacificadas – Dona Marta, Chapéu Mangueira e Batam – 97% dos consumidores pagam suas contas em dia. Mais que a média no restante da cidade, que é de 94%. Um índice bastante expressivo que não deixa qualquer dúvida sobre como os cidadãos reagem quando passam a ter acesso a bens e serviços essenciais.
A conclusão é que, sem traficantes e com mais presença do Estado, é bom negócio trabalhar nessas áreas. Podendo-se até melhorar o serviço, com inauguração de novas redes, e mesmo buscar uma revisão no preço final, com a diminuição dos chamados “gatos”, através de “tarifas sociais”.
Vamos terminar lembrando que, no caso da energia elétrica, as empresas concessionárias tem suas atividades reguladas pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica. Vale a pena dar uma passadinha no www.aneel.org.br e conhecer os direitos e deveres de cidadão consumidor e pagador de impostos que todos somos, sem exceção.
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Até a semana que vem!