Câmara dos Deputados lança cartilha “Ética e Cidadania nas Eleições 2010”
Palco quase permanente de escândalos e casos no mínimo polêmicos, a Câmara dos Deputados tenta se reabilitar junto aos cidadãos eleitores e acaba de divulgar a sua cartilha “Ética e Cidadania nas Eleições 2010”. A cartilha teve o trabalho de desenvolvimento e pesquisa dos servidores do Cefor – Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara.
Evidentemente, o objetivo da cartilha é orientar os cidadãos eleitores para que façam as melhores escolhas possíveis para os cargos públicos que estarão em jogo em outubro: deputado estadual, deputado federal, governador, senador e presidente da República.
A principal preocupação da cartilha é alertar os cidadãos para os crimes eleitorais mais comuns, e que a grande maioria da sociedade nem imaginam que são delitos. Alguns bons exemplos de transgressão das regras eleitorais são: doar, oferecer ou prometer dinheiro, presente ou qualquer outra vantagem – inclusive emprego ou função pública – para o eleitor (aceitar esse tipo de oferta também é crime – é a chamada “corrupção eleitoral passiva”); fornecer alimentação ou transporte para eleitores irem até as seções eleitorais; votar no lugar de outro cidadão; promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais; abandonar o serviço eleitoral sem justificativa; e outros.
Essa cartilha da Câmara faz parte de um programa chamado “O Peixe e a Arte de Pescar”, criado a partir de uma rede de cooperação formada em 2007 entre a Câmara dos Deputados e diversas entidades e instituições interessadas em questões de ética e cidadania, como a OAB, a Associação dos Magistrados, a Associação dos Membros do Ministério Público, o Rotary, o Lions Clube, a CNBB e outros.
O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, a Conamp, César Bechara Nader Mattar Júnior, concordou com a necessidade de expandir as discussões e os princípios éticos para todos os cantos do país, ao afirmar: “Temos que ser, cada um de nós, instrumentos da ética”.
A cartilha apresenta, logo em sua introdução, uma citação exemplar do dramaturgo Bertolt Brecht, que fazemos questão de reproduzir aqui para vocês: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo”.
Baixe aqui no www.avozdocidadao.com.br a cartilha “Ética e Cidadania nas Eleições 2010” e reflita sobre como a omissão política de uma sociedade é o maior incentivo para o surgimento dos maus políticos.