“Bullying”, uma ameaça que pode estar perto de você
Como já tivemos oportunidade de comentar algumas vezes aqui na Voz do Cidadão, uma das melhores maneiras de se definir a cidadania é não apenas pelos direitos dos cidadãos mas também pelos deveres que cada um de nós tem em relação ao todo da sociedade. Ou seja, você só é um cidadão mesmo, quando compreende que cada direito traz consigo a responsabilidade de um dever. E, dentre esses deveres, podemos citar o dever de controlar o que políticos e governantes fazem com o nosso dinheiro, a obrigação de incentivar outros cidadãos a agirem da mesma forma e também a de seguir as boas regras de convivência em seu grupo social.
E é aí que entra o nosso comentário sobre um problema crescente nas escolas brasileiras: o “bullying”. Para quem ainda não conhece esse termo, “bullying” é uma palavra em inglês que significa “valentão” e é usada para definir uma situação de humilhação ou violência que uma criança ou jovem sofre de seu próprio grupo de convivência, seja na escola, no clube e às vezes até em casa mesmo. Não tem nada a ver com o tipo de violência da pedofilia, que é feita por adultos contra as crianças. No “bullying”, os atos de violência acontecem repetidamente, sem motivo aparente, e a vítima não demonstra condições psicológicas e físicas de se defender.
Pois o problema acabou chamando a atenção do Conselho Nacional de Justiça, que divulgou esta semana uma cartilha especial sobre o assunto. Nela estão descritos os vários tipos de “bullying”, inclusive os mais difíceis de se detectar, como os verbais ou por acontecerem através de mensagens de celular ou via internet, o chamado “cyberbullying”.
Segundo a médica psiquiatra, Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, que escreveu a cartilha, os pais ou professores podem perceber quando a criança ou adolescente está sofrendo “bullying”. Na escola, é preciso observar se o aluno passa de repente a se isolar do grupo ou fica sempre perto de algum adulto que possa protegê-lo. Ou se está sempre triste e retraído ou se o grupo passa a excluí-lo de jogos, conversas e brincadeiras. Nos casos mais sérios, os alunos podem até apresentar arranhões, roupas rasgadas ou hematomas. Em casa, os responsáveis devem observar se a criança apresenta reações como ansiedade, tontura e até vômitos antes de ir para a escola. Ou mesmo se ela passa a não ter convivência com amigos, não receber telefonemas ou convite para festas.
Aqui na Voz do Cidadão fizemos questão de oferecer a íntegra da cartilha sobre “bullying” publicada pelo Conselho Nacional de Justiça. Leitura fundamental para pais, responsáveis e educadores preocupados com uma forma de violência que afeta diretamente a formação dos futuros cidadãos brasileiros.